Economia brasileira tem condições de crescer 5,5% ao ano até 2014, diz Mantega

Para Mantega, a economia brasileira tem condições de crescer 5,5% ao ano, até 2014 (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Abr) São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse segunda-feira (30) […]

Para Mantega, a economia brasileira tem condições de crescer 5,5% ao ano, até 2014 (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Abr)

São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse segunda-feira (30) que a economia brasileira tem condições de crescer a uma taxa média anual de 5,5% nos próximos quatro anos. Segundo ele, esse patamar pode ser atingido já em 2011.

Ao participar nesta segunda-feira, em São Paulo (SP), do 7º Fórum de Economia, promovido pela Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Mantega disse acreditar que Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tenha crescido de 0,5% a 1% no segundo trimestre do ano. O resultado será divulgado na sexta-feira (3).

De acordo com Mantega, o crescimento da economia brasileira é “sustentável”, já que a inflação está sob controle e houve, nos últimos anos, um aumento do poder de compra de milhares de brasileiros que, ao alimentar o consumo interno, permitiram que o setor produtivo enfrentasse a última crise econômica mundial. Para o ministro, a taxa de inflação anual não deverá ultrapassar 5,2%, “o que, com um crescimento de 7%, é algo favorável”.

Quanto às previsões de que o PIB cresça 7% este ano, Mantega destacou que, caso isso se confirme, será o melhor resultado dos últimos 24 anos. “Isso não é um resultado pontual, mas sim fruto de um processo. O Brasil alcançou um outro patamar de crescimento, que é qualitativo e sustentável”, destacou.

Antidumping

Mantega defendeu ainda que o Brasil, a exemplo de outros países, deve endurecer o combate ao dumping (concessão de subsídios a produtos que podem assim ser exportados por preços abaixo do custo de produção). “Temos que defender o livre comércio, que é muito importante, mas não podemos fazer papel de bobo”, disse.

A declaração foi um comentário a respeito da iniciativa dos Estados Unidos, cujo governo, na última quinta-feira (27), anunciou uma proposta para endurecer a legislação antidumping, com a possibilidade de impor sobretaxas a produtos oriundos de outros países.

“Não queremos cair no protecionismo, mas não vamos ficar assistindo a países que praticam dumping ocupando nosso mercado”, afirmou Mantega. “Todo mundo está atrás de um saldo comercial. Portanto, a guerra está mais acirrada. Temos que ter cuidado porque senão todo mundo vira protecionista e isso é ruim para todos”, disse o ministro pouco antes de comentar o atual déficit da balança comercial, que atribuiu principalmente à queda nas exportações para países desenvolvidos mais fortemente atingidos pela última crise econômica mundial, de outubro de 2008.

Segundo ele, há um déficit de transações correntes que se deve sobretudo a crise internacional, que diminuiu as exportações brasileiras. “Como o país cresceu mais que outros, importamos mais que exportamos. Ao mesmo tempo, as indústrias estrangeiras no Brasil remeteram mais lucros e dividendos (a suas sedes). Só essa remessa, que deve chegar a US$ 32 bilhões, já dá para desequilibrar (a balança)”, comentou Mantega, ao afirmar que o problema não compromete o crescimento da economia brasileira e deve começar a melhorar em dois ou três anos.

Fonte: Agência Brasil