Alimentos orgânicos são tema de debate em congresso no Rio

Rio de Janeiro – A realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 no Brasil é uma oportunidade para incentivar a produção de orgânicos no Rio […]

Rio de Janeiro – A realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 no Brasil é uma oportunidade para incentivar a produção de orgânicos no Rio de Janeiro e em todo o país, defende a diretora da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Sylvia Wachsner.

Os alimentos orgânicos são tema de debate no 2º Congresso Rio Eco Rural, que a Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Rio promove nesta quinta e sexta-feiras (13 e 14) em Nova Friburgo, na região serrana do estado.

“São eventos sustentáveis”, afirmou Sylvia, referindo-se também à realização da Rio+20, que ocorrerá em 2012, vinte anos depois de o Rio de Janeiro ter sediado a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92). O Brasil voltará a sediar a reunião  da ONU, que vai analisar o resultado dos compromissos assumidos àquela época.

Para a diretora da SNA, os produtores terão de se preparar desde já, iniciando ou incrementando uma produção sustentável. Isso vai exigir investimentos, “porque as pessoas vão querer ver a certificação dos produtores e conhecer como funciona a rastreabilidade. São grandes oportunidades, mas são também grandes desafios”.

É preciso, disse ela, começar a pensar em como vencer os gargalos em termos de logística de transporte para que os produtos cheguem sempre frescos ao consumidor. A questão das embalagens deverá também ser analisada.

Os consumidores de produtos orgânicos, principalmente estrangeiros, mostram interesse em conhecer como é feito o controle da produção e o manejo, quais os insumos, entre outros itens. Sylvia Wachsner disse que sobretudo a Rio+20 trará ao Brasil muita gente ligada ao meio ambiente que vai se interessar por produtos orgânicos e querer consumir produtos locais.

Isso amplia o grau de exigência sobre a produção orgânica brasileira e abre espaço, inclusive, para futuras exportações, além de contribuir para a melhoria da qualidade e da logística.

No estado do Rio, o desafio para o produtor orgânico “é enorme”, afirmou a diretora da SNA. Nos principais supermercados, a maioria dos orgânicos vem de São Paulo, disse. Ao mesmo tempo, ela informou que começa a existir uma luz para os produtores orgânicos, que é a certificação que o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio de Janeiro (Sebrae/RJ) está subsidiando no estado. O produtor paga 30% pelo processo de certificação e o Sebrae os restantes 70%.

Mais de 50 produtores estão entrando nesse programa de certificação. Eles terão que ajustar a produção aos padrões estabelecidos. Para Sylvia Wachsner, isso representa valor agregado e uma maneira de os produtores melhorarem a produção para crescer.

De acordo com o Censo Agropecuário 2006 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 1,8% dos estabelecimentos agropecuários do país praticavam a produção orgânica. A grande maioria é formada por pequenos produtores da agricultura familiar. Sylvia informou que a partir de 2011, deverá entrar em funcionamento o selo brasileiro para a produção orgânica.

As certificadoras deverão estar no sistema do Ministério da Agricultura e os pequenos produtores, entre eles os agricultores que vendem sua produção diretamente ao consumidor em feiras livres,  terão também de se cadastrar no ministério. Por isso, ela afirmou que não há ainda dados estatísticos efetivos no Brasil sobre o setor de orgânicos.

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