Bancos ampliam crédito, mas ameaçam parar redução de spread

Febraban aponta tendência de queda nas margens praticadas pelo banco no longo prazo. Por ora, há risco até de elevação em algumas modalidades de crédito

Queda da inadimplência apenas retoma padrões anteriores à crise, diz Febraban (Foto: Afonso Lima/Sxc.hu)

As margens praticadas pelos bancos em operações de crédito, chamadas de spread bancário, podem parar de cair depois de seguidas reduções desde o início de 2009. Mesmo com a tendência de queda na inadimplência e a taxa básica da economia (Selic) estável no menor patamar registrado no país, a a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) atribui à carga tributária o motivo para frear a redução.

Segundo Rubens Sardenberg, economista-chefe da entidade, em entrevista coletiva à imprensa, o ritmo de queda das margens vai diminuir. “Alguns fatores que sempre prejudicaram a redução do spread permanecem, como a elevada carga tributária”, declarou. Ele reconhece que o aumento da competição diante da disposição de ampliar o crédito pode favorecer juros mais baixos.

Tendência de queda no spread apenas no longo prazo. “O risco de não pagamento diminuiu, mas não retornou aos níveis em que estava antes das turbulências”, afirmou Sardenberg.

Aumento da oferta

Os dois maiores bancos privados do país vem ampliando o volume de crédito oferecido. O Bradesco prevê aumento de 20% de sua carteira em 2010, e o Itaú Unibanco aposta em avanço de até 25%. Os números apontam o mesmo ritmo alcançado em meados de 2008, antes da crise econômica internacional.

Em setembro daquele ano, as instituições financeiras privadas restringiram a oferta de empréstimo a seus clientes, provocando um impacto imediato para a economia do país. O Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal adotaram estratégia oposta, e cresceram sua participação no mercado de 28,4% para 33,9%, segundo estudo da consultoria Austin Rating publicado pelo jornal O Globo.

Para recuperar terreno, o Bradesco ampliou o prazo do Crédito Direto ao Consumidor (CDC) de 26 para 38 meses, enquanto o empréstimo pessoal pode ser pago em até 60 meses.

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