Bachelet: Brasil sairá da crise como ator global

Em São Paulo, chilena manifesta apoio à vontade brasileira de ter espaço permanente no Conselho de Segurança da ONU e oferece o país como plataforma para exportações

SÃO PAULO – O Brasil sairá da crise econômica como um ator global e o Chile será uma economia emergente sólida. A definição da presidente chilena Michele Bachelet foi proferida nesta quinta-feira (30) sem nenhum sinal de resignação.

Diferentemente de invejar o crescimento brasileiro, o governo da nação andina quer aproveitar a proximidade com o “gigante” (palavras da política) para servir como plataforma. Adiantado nos discursos de vários ministros, o posicionamento chileno foi reforçado por Bachelet que, ao lado do presidente Lula, ofereceu as vantagens de sua nação: acordos com 56 países, alcançando um mercado de quatro bilhões de pessoas, e saídas privilegiadas para o Pacífico, além de boas condições de infraestrutura e segurança jurídica.

Para uma plateia repleta de empresários, ela defendeu o papel do Estado na regulação da economia e afirmou que “no século XXI, ou governamos todos ou não vai governar ninguém”.

No fim de sua intervenção, depois de classificar o Chile como país de tamanho médio, Bachelet surpreendeu ao demonstrar um bom português e capacidade de improviso. “Creio que existe um consenso internacional em torno da ideia de que os dois países estão saindo fortalecidos da crise. Brasil como um ator global emergente e Chile como uma das principais economias emergentes”.

A presidente trouxe de Santiago o apoio ao anseio brasileiro de obter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, e levou de volta para sua capital o reforço da posição brasileira em relação à reeleição do chileno José Miguel Insulza para secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Além disso, os países firmaram na capital paulista a implantação de uma comissão bilateral responsável por delinear as relações comerciais entre os dois países. Otimista com o salto nas trocas entre chilenos e brasileiros durante os atuais governos, Bachelet declarou que “os emergentes têm uma oportunidade sem precedentes de influenciar o caminho da mudança”.

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