Em cartaz

Da fome literal à simbólica, peça teatral retrata problema que avança no mundo

Com técnicas do teatro documentário, "Fome.doc" é destaque até o dia 13, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, região central de São Paulo

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A desnutrição aguda de mais de 821 milhões de pessoas no mundo é pautada em espetáculo que, traz também, o ângulo daqueles que têm fome por dignidade e justiça

São Paulo – Ao menos 821 milhões de pessoas passam fome no mundo, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Uma desnutrição aguda por vezes revelada por intermédio das formas tradicionais de comunicação, mas que não deixa de ser novidade quando encenada no teatro. É o que faz a peça Fome.doc, que estreou na quinta-feira (4), na Oficina Cultural Oswald de Andrade, região central da cidade de São Paulo.

Em cartaz até o dia 13, o trabalho cênico é um convite à discussão da fome sob diferentes ângulos, partindo desse problema em sua forma literal, mas também simbólica, retratando aqueles que também têm fome de dignidade, beleza, verdade e justiça. Roteirista e diretor geral da montagem, Fernando Kinas explica à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual, que a criação do espetáculo, formado pela Kiwi Companhia de Teatro, partiu de um incômodo sobre como a fome estava fora da órbita de assuntos apresentados teatralmente. Inspirado nas técnicas e princípios do teatro documentário e na literatura de Carolina Maria de Jesus e Josué de Castro, entre outros, Kinas trouxe em cena a discussão desse problema que avança também no Brasil em decorrência do desmonte de programas sociais.

“A gente faz parte de uma tradição de teatro que é internacional, mas também brasileira, que está preocupada com um tema específico que eu resumo como a formação social do Brasil, quer dizer, o teatro é capaz de ajudar as pessoas, a sociedade, a entender o seu próprio país”, destaca Kinas.

O espetáculo é encenado na Oficina Cultural Oswald de Andrade, na Rua Três Rios, 363, no Bom Retiro, nas quintas e sexta-feiras às 20h, e aos sábados às 18h. É necessário retirar o ingresso com uma hora de antecedência.

Ouça a íntegra da entrevista