condolências

‘Tristes com a notícia’, diz Gil sobre morte de Carlos Lyra; Lula também faz homenagem

Diversas outras personalidades se manifestaram a respeito do falecimento, aos 90 anos, do cantor e compositor tido como um dos pais da Bossa Nova

(TV Brasil - EBC)
(TV Brasil - EBC)
Carlos Lyra tinha 90 anos

São Paulo – Diversas personalidades brasileiras se manifestaram a respeito da morte do cantor e compositor Carlos Lyra, aos 90 anos, na madrugada deste sábado (16), no Rio de Janeiro. “Tristes com a notícia”, escreveu Gilberto Gil, no X. “Meus sentimentos aos amigos, familiares e admiradores de Carlos Lyra nesse momento de perda”, publicou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na mesma rede social.

Gilberto Gil, segundo a Agência Brasil, destacou o “legado extraordinário” de Carlinhos e publicou vídeo em que interpreta Saudade Fez um Samba, de Lyra e Ronaldo Bôscoli, poucos dias antes no Rio de Janeiro. “Um forte abraço em toda a família e amigos”. Lula acresentou que Carlos Lyra foi “um dos grandes nomes da Bossa Nova. Parceiro de Vinícius de Moraes e tantos grandes nomes da MPB”.

Apoio incondicional

Ivan Lins disse que o Brasil, e mais precisamente, o Rio, “perde hoje um dos pais da Bossa Nova”. Afirmou que Lyra foi “inovador e incrível, harmonizador e melodista”, qualificando a obra do artista como “lapidar”. Ivan Lins lembrou que no começo dos anos 70, quando era “patrulhado (pela ditadura) por causa da canção O amor é o meu país”, recebeu apoio incondicional de Carlos Lyra. “Ele me ajudou na minha autoestima. Ficamos muito amigos e me deu, nessa mesma época, acesso à sua criatividade. Ele é um dos meus gurus musicais. Sempre será.”

Barone e Eduardo Paes

O baterista João Barone, da banda Paralamas do Sucesso, foi mais um entre personalidades que se despediram. “Mais um dos arquitetos da bossa nova partiu, Carlos Lyra, um dos caras mais elegantes da nossa música”, lamentou. Eduardo Paes, prefeito do Rio, disse que a morte do cantor é uma “perda para a cultura brasileira. Seu legado é imenso e suas composições na bossa nova marcaram várias gerações ao redor do mundo. Lyra foi fundamental na construção da identidade carioca e brasileira”.

Estudantes

Carlos Lyra teve ligação com a história da União Nacional dos Estudantes (UNE). A organização lembrou a atuação do músico. “O dia de hoje é de luto para os estudantes”, publicou. “Lyra foi um dos fundadores do Centro Popular de Cultura em 1961, o CPC da UNE, que reuniu artistas de várias linguagens que viam na cultura o espaço ideal para propagar conscientização política e construir uma arte nacional, popular e democrática.” O hino da UNE é fruto de uma parceria entre Lyra e Vinicius de Moraes. “Nosso hino é nossa bandeira. O nosso muito obrigado em nome das gerações de estudantes brasileiros que ele inspirou e vai continuar inspirando”, publicou o perfil.

Resistência

O conjunto da obra de Carlos Lyra, ou simplesmente Carlinhos, como era chamado por Vinicius de Moraes, abrange músicas de protesto. Um exemplo é A Canção do Subdesenvolvido. “A mais executada e foi proibidíssima”, lembrou ele em entrevista à Agência Brasil em 2009. “O povo brasileiro tem personalidade/ não se impressiona com facilidade/ embora pense como desenvolvido”, criticava a letra.

O teor político de algumas canções fez com que Lyra optasse por um exílio voluntário entre 1964 e 1971. “Tive problema depois do golpe por causa dessas canções. Elas foram proibidas de tocar nas rádios e nos lugares pelos militares e valeu uma ‘perseguiçãozinha’ contra mim também. Se eu não tivesse me exilado, eu teria sido preso com certeza para interrogatório. Antes que acontecesse alguma coisa, peguei minha trouxa e fui morar na matriz, logo nos Estados Unidos, junto aos donos do Brasil que era menos perigoso”, ironiza.


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