São Paulo – Os atores Matheus Nachtergaele e Selton Mello, eternizados por seus personagens João Grilo e Chicó, em O Auto da Compadecida, se tornaram base para memes de todos os tipos de assunto na internet. Geralmente, a voz dos dois sertanejos é imitada em gozações e comentários, sobretudo em torno do futebol. Mas também da política. Desta vez, no entanto, os próprios atores devolveram suas vozes a João Grilo e Chicó, com objetivo de promover, com humor, o voto em Lula para presidente.

O Auto da Compadecida estreou em 2000. Mas duas décadas depois os dois sertanejos seguem marcados no imaginário popular. Seja pela malandragem com que enfrentam sua própria condição de penúria, seja pelos diálogos inteligentes, curtos, diretos e cômicos. O filme dirigido por Guel Arraes, rodado em Cabaceiras, interior da Paraíba, teve inspiração na peça homônima de Ariano Suassuna, de 1955.

Copa e pobreza

Os vídeos foram postados ontem (20) no perfil de Matheus Nachtergaele no Instagram. Em um deles, João Grilo e Chicó brincam com a proximidade da Copa e a situação de pobreza.

– Esse Bolsonaro dá uma azar desgraçado – diz Chicó.

– Não fala essa palavra! – reage João Grilo.

– Azar?

– Não, a outra… Agora é Lula!

Sabedoria sertaneja

Em outro, João Grilo lança sua candidatura a presidente em 2026, apoiado por Chicó, inspirado na origem sertaneja de Lula.

– Vote em João Grilo presidente em 2026! – diz Grilo.

– Esse Lula é sabido todo. Ele dá nó em pingo d’água – diz Grilo.

– Eu só queria ver ele ser sabido aqui no sertão – ironiza Chicó.

– Oxe, ele não nascido aqui mesmo! Nasceu mais pobre que rato de igreja.

– E como é que ele conseguiu ser o melhor presidente que o Brasil já teve?

– Por isso mesmo, ele conhece o povo – responde João Grilo.

– Pobre… sertanejo… sabido… O João, parece tu!

– Eita que tu tá me dando uma ideia boa danada… – sonha Grilo.

Confira vídeos postados por Nachtergaele

Os esquetes dublados por Selton Mello e Nachtergaele trazem ainda questões relacionadas à volta da fome e à inflação dos alimentos. Além disso, um dos vídeos faz referência ao crime do assédio eleitoral, em que algumas empresas tentam comprar votos de funcionários para Bolsonaro. Ou praticam coação, fazendo ameaças aos que não votarem.