resistência cultural

Paula Lavigne: ‘A classe artística está intimidada. Fomos os primeiros alvos’

A atriz é a entrevistada de hoje (13) de Bob Fernandes, para a TVE Bahia e TVT. Conversa mostra as faces da resistência artística contra o ódio bolsonarista

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A situação do setor cultural no Brasil é um dos principais temas da conversa

São Paulo – A atriz, produtora e empresária Paula Lavigne é a convidada de hoje (13) do programa Entrevista Especial, comandado pelo jornalista Bob Fernandes. A produção da TVE Bahia conta com parceria e transmissão da TVT. Paula tem extensa carreira em minisséries e novelas, além de ter atuado como produtora em filmes como Ó Paí, Ó, O Bem Amado, Meu Tio Matou, entre outros.

Como não poderia ser diferente, a situação do setor cultural no Brasil dá norte à conversa. Durante o primeiro ano do mandato do presidente Jair Bolsonaro, a área passa por duras provas. A política bolsonarista escolheu a cultura como inimiga, e vem promovendo ataques via setor público, promovendo censura, linchamentos de artistas e cortando verbas.

“A classe artística está intimidada, fomos alvo. Sofremos, fomos o primeiro alvo. Ainda somos alvo”, disse Paula. Ela lembrou que, logo no primeiro ato como presidente, Bolsonaro extinguiu o Ministério da Cultura (MinC). “As primeiras manifestações de ódio vieram em cima da classe”, completou.

Em uma analogia com outros regimes de caráter autoritário, Fernandes lembrou da ascensão no nazismo na Alemanha. “Nos anos 1930, na Alemanha, os ataques foram primeiro contra a educação e depois contra os artistas”, disse.

Paula é casada com o cantor e compositor Caetano Veloso, com quem tem dois filhos. Ela também falou sobre o outro lado do ódio bolsonarista, para além das questões institucionais. “Há quatro anos, vivemos um ataque cibernético, quando colocaram uma hashtag falando que o Caetano era pedófilo nos trending topics durante oito horas”, disse.