São Paulo – A prefeitura de São Paulo anunciou hoje (30) a criação da São Paulo Film Commission. O órgão será responsável por centralizar a gestão da produção audiovisual na capital paulista. “As reclamações eram muito frequentes da burocracia que era filmar em São Paulo. As grandes cidades do mundo têm uma comissão para dar suporte à indústria do audiovisual”, afirmou o prefeito Fernando Haddad (PT), durante entrevista coletiva sobre o decreto.

Para facilitar o processo de filmagens na cidade, a iniciativa conta com participação das secretarias municipais de Cultura e Educação, além da empresa estatal paulistana de cinema e audiovisual, Spcine. Para os profissionais ou agências interessados em adquirir a autorização, a São Paulo Film Commission oferece um cadastro de solicitação via internet. Após efetuado o registro, a comissão tem até uma semana para emitir a autorização. No caso de programas publicitários, o prazo é reduzido para dois dias úteis.

O órgão deve assumir o processo operacional de liberação de ruas e parques para as produções. Antes, os produtores do audiovisual chegavam a precisar de até dez autorizações para concretizar os projetos. Em fase de testes, o programa já atendeu 58 produções em sete meses, entre elas, videoclipes, séries, programas de TV, vídeos publicitários, longas e curtas-metragens. “Estou muito feliz como produtora e cineasta por duas razões: porque a gente agora pode saber que São Paulo é uma cidade audiovisual; outra é que a cidade assume a importância que ela tem na América Latina”, afirmou a cineasta Tatá Amaral, presente na cerimônia.

De acordo com estimativas da prefeitura, a produção de um longa-metragem internacional movimenta US$ 250 mil por dia, e um comercial de TV, R$ 1 milhão por semana. Em termos de comparação, em Nova York, cidade com maior volume de produções no mundo, a indústria audiovisual movimenta valores na ordem de US$ 8,7 bilhões anualmente.

“Vamos ter o reconhecimento da imagem de São Paulo fora da cidade, isso divulga a cidade e também aumenta a autoestima da população. É importante ver o seu cenário cotidiano presente nos filmes, pelo reconhecimento, pela identidade e pela memória”, afirmou o secretário de Cultura, Nabil Bonduki. A comissão ainda deve armazenar os dados das produções para criar um banco de informações sobre a produção audiovisual paulistana.

Com os dados armazenados, a comissão pretende catalogar os diferentes profissionais envolvidos com o setor para incentivar a geração de empregos e arranjos profissionais locais. Por meio da Spcine, os prestadores de serviço poderão oferecer sua mão de obra para novas produções. Os dados estarão disponíveis no aplicativo da São Paulo Film Commission.