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Carnaval da violência: sobe para 20 o número de mortos em operação da PM na Baixada Santista

Segundo a PM, o 20º morto, em Santos, foi um homem que “andava de bicicleta com atitude suspeita” e “sacou a arma”. Segunda fase da operação tem maior letalidade que a primeira, que deixou 28 mortos de julho a setembro de 2023

Reprodução
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"São muitos os casos de agressões, de violência, o que contrasta com a versão apresentada pelo governo do estado de que essas pessoas haviam sido mortas em tiroteio, em reação a alguma ação policial. Não é verdade", diz o relatório

São Paulo – O número de mortos na nova fase da Operação Escudo da PM na Baixada Santista subiu para 20, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP). Ontem (11), foi morto um homem que, segundo a PM, “andava de bicicleta com atitude suspeita” e que “sacou uma arma assim que os agentes se aproximaram dele”. Ele teria atirado “em direção aos policiais, acertando a viatura”.

Ainda segundo a PM, os oficiais reagiram e acertaram o homem, que foi socorrido e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próximo, onde morreu. Como tem se repetido nas versões, com a vítima foram encontrados entorpecentes. O caso ocorreu na zona noroeste de Santos. Segundo balanço do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), 580 pessoas foram detidas – entre elas, 211 procurados pela Justiça.

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Também ontem, o ouvidor da Polícia de São Paulo, Claudio Aparecido da Silva seguiu acompanhado de representantes de entidades de direitos humanos se deslocaram à Baixada Santista em busca de informações. No último dia 2 a PM iniciou a segunda fase da operação Escudo. A primeira morte ocorreu às 2h de sábado (3), oito horas após um soldado da tropa de elite da Rota ser morto em Santos. Essa segunda fase está mais letal que a primeira. De julho e setembro de 2023, a PM matou 28 pessoas após a morte de um agente da Rota.

“A partir de denúncias que nos têm chegado através de moradores e grupos em redes sociais, com vídeos, fotos e áudios, nota-se um recrudescimento assimétrico da violência nos últimos 4 dias, com ênfase para a última sexta-feira, percepção que parte não apenas desta ouvidoria, mas compartilhada por diversas instituições e entidades de direitos humanos que têm atuado no episódio”, disse a Ouvidoria, em nota.

Ainda segundo a nota, a Ouvidoria permanece aberta para receber denúncias da população e dos agentes de segurança que se sentirem pressionados ou violados em seus direitos. As denúncias podem ser encaminhadas por WhatsApp (11 97469 9812), pelo telefone: 08000 17 70 70 ou por e-mail [email protected]. Ou presencialmente, na sede da Ouvidoria, na Rua Japurá, 42, Bela Vista, São Paulo. O horário de funcionamento é de segunda a sexta, das 9 às 15h.

Neste sábado, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, publicou nas redes sociais nota manifestando preocupação em relação à atuação da polícia na Baixada Santista. “O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) vem a público externar a preocupação do governo federal diante dos relatos recebidos pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos de que graves violações de direitos humanos têm ocorrido durante a chamada Operação Escudo”, diz o texto.

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Redação: Cida de Oliveira, com informações da Tribuna