Moradores do Jardim Pantanal acusam policiais militares de abuso de autoridade

Acampados na zona leste acusam policiais de não deixar entrar água nem comida. PM promete investigar assim que tomar conhecimento

São Paulo – Acampados desde o dia 17 de abril em um terreno na zona Leste, moradores do Jardim Pantanal acusam policiais militares de abuso de autoridade. As 100 famílias desalojadas por alagamentos, que se estenderam por pelo menos dois meses entre o fim de 2009 e o começo de 2010, ocuparam uma área na rua Osório Franco Vilhena, Vila Curuçá. 

De acordo com as lideranças, a ação policial foi fotografada e as ofensas gravadas. Os policiais entraram, segundo os moradores, na ocupação para uma revista dos acampados, na noite da segunda-feira (3). Eles teriam ameaçado as famílias, além de tentar apreender carros e celulares, dizem os moradores.

“Alguns policiais agem normalmente, outros entram aqui apavorando crianças e adultos e revistando até panela de comida. Não deixam entrar água, nem comida”, afirmou Zélia Andrade, uma das coordenadores do movimento.

Ela acusa os policiais de ter chamado os acampados de “lixo” e de “vagabundos”. “Eles dizem abertamente: ‘por que não vão trabalhar para comprar uma casa da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do estado de São Paulo), é baratinho. Vocês são mesmo um lixo'”, relembrou Zélia.

Em resposta à reportagem da Rede Brasil Atual, a Assessoria de Imprensa da Polícia Militar afirmou que não houve Boletim de Ocorrência denunciando ação de policiais. Entrentanto, “assim que tomar conhecimento se houve alguma ação desse tipo, a PM atuará com austeridade e serenidade na apuração de desvios de qualquer de seus integrantes”, sustenta o órgão.