Evento

Seminário no ABC promove diálogo sobre ditaduras brasileira e chilena

Necessidade de fortalecimento na relação entre os sindicatos latino americanos foi reforçada por ativistas

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Ato em Santiago lembra os 40 anos do golpe militar que derrubou governo Allende e iniciou ditadura de Pinochet

São Paulo – O intercâmbio entre Chile e Brasil para contar as verdadeiras histórias das ditaduras nos dois países, este é o objetivo do evento Acorda ABC, que discute hoje (24) a violação de direitos humanos nos dois países cometida entre as décadas de 1960 e 1970. A organização pretende reunir 500 pessoas no auditório da Universidade Anhanguera, em Santo André.

O evento é uma iniciativa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, e dos Sindicatos dos Bancários e Comerciários do ABC. Dois dirigentes sindicais, um antropólogo e um professora, vítimas do golpe militar chileno, que no dia 11 deste mês completou 40 anos, e vieram ao brasil para participar do Acorda ABC.

“Antes do golpe chileno viviam 8 mil refugiados políticos brasileiros no Chile. Há uma relação muito fraterna entre brasileiros e chilenos, a ideia do seminário foi trazer isso para a discussão e recuperação da memória”, disse Cido Faria à TVT, coordenador do evento.

A ex-militante chilena Camila Donato Pizarro passou a infância na Austrália, com o pai exilado politicamente. Hoje ela é professora, e afirma que além do debate sobre resgate da memória, se falar em Justiça. “Falamos de memória mas não falamos de Justiça”, diz. Os condenados por crimes contra os direitos humanos na ditadura chilena cumprem pena em prisões especiais. Ela defende a revisão da Constituição em vigor no país, que é a mesma elaborada pelo governo militar.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, o encontro mostrou a necessidade de colaboração do movimento sindical latino americano. “Surgiu uma outra estrutura sindical no Chile que simplesmente aniquilou capacidade dos sindicatos de lutar, reivindicar, discutir e se fortalecer. Hoje os sindicatos são por empresa, sem direito a acordo coletivo, sem tempo de representação, sem liberdade sindical, a intervenção foi muito forte”, completou.

Assista aqui a reportagem da TVT.