Justiça

Rodrigo Marotti será julgado nesta terça por duplo feminicídio

Campanha pede apoio para pressionar pela pena máxima contra o assassino que matou queimadas a ex-companheira e uma amiga

Reprodução da Web
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Rodrigo Marotti matou, queimadas, a ex-companheira Alessandra Vaz e a amiga Daniela Mousinho

São Paulo – Rodrigo Marotti matou, queimadas, as empresárias Alessandra Vaz e sua amiga Daniela Mousinho. O assassino irá a julgamento na manhã desta terça-feira (8) pelo duplo feminicídio e a família de Alessandra pressiona a Justiça pela condenação do agressor a pena máxima.“Entendo que estou há muitos dias falando sobre esse caso. Mas, gente, não solta minha mão nesse momento”, pede a irmã de Alessandra, a cantora Andressa Vaz. “Eu preciso de vocês agora mais do que nunca.”

Ela explica que foi orientada pelos advogados a dar maior visibilidade ao julgamento. “E conseguir a pena máxima para Rodrigo Marotti é fundamental para que outros homens não cometam outros feminicídios”, ressalta. “Essa campanha não é só pela Le e pela Dani. Essa campanha é por todas as mulheres. É por nenhuma mulher a menos.”

O Brasil é o quinto país no mundo com as maiores taxas de feminicídio.

Desse modo, a cantora pede ainda que as pessoas ajudem a compartilhar vídeos da campanha (veja abaixo) e convocam amigos nas redes sociais para fazer o mesmo. Inclusive para que pessoas com muita influência nas redes possam ajudar a dar visibilidade ao julgamento do dia 8.

Medo e dor

Em 7 de outubro de 2019, o comerciante Rodrigo Marotti matou, queimadas, sua ex-companheira, Alessandra Vaz, e a amiga, Daniela Mousinho. O duplo feminicídio, ocorreu em Nova Friburgo (RJ), onde ocorrerá o julgamento na terça-feira.

Rodrigo Marotti foi preso logo após fugir do local do crime. O réu trancou Alessandra e Daniela na casa em que viveu com a companheira até dois meses antes, em um condomínio, no distrito de Mury. Depois ateou fogo no imóvel. “Daniela, de 47 anos, morreu dois dias depois do crime. Com 80% do corpo queimados, Alessandra ficou mais dias internada em estado grave, mas também não resistiu”, relata reportagem do jornal local A Voz da Serra.

rodrigo marotti
Família quer justiça para Alessandra, Daniela e por todas as mulheres: “nenhuma a menos” (Foto: Arquivo Pessoal)

“O assassino confessou o crime. Na polícia, ele alegou ter perdido a cabeça. No dia do crime, Daniela foi até a casa de Alessandra. Rodrigo apareceu e agrediu Alessandra com uma tesoura”, lembra a filósofa e escritora Marcia Tiburi, em postagem no Instagram, uma das apoiadoras da  campanha sob a hashtag #levantefeministacontraofeminicidio. “Ela e Daniela se esconderam no banheiro. Ele ateou fogo à casa fugindo com o carro de Alessandra até envolver-se em um acidente e ser pego pela polícia. Elas não tiveram como pedir socorro. Evitamos pensar no medo que elas sentiram porque é insuportável pensar nisso.”

Sob ameaça

reportagem de A Voz da Serra apurou que Alessandra Vaz vinha sendo ameaçada de morte por seu ex-companheiro, sócio e algoz, Rodrigo Marotti. A Promotoria Criminal do Ministério confirmou ao jornal a informação, obtida em outros testemunhos. Além disso, provas documentais, como um suposto áudio contendo a ameaça explícita, podem ser acrescentadas ao processo. Desse modo, as ameaças de morte de Rodrigo a Alessandra serviriam como qualificador de premeditação para aumentar a pena. “Outros agravantes, até agora, seriam: motivo fútil, emprego de fogo, impossibilitar a defesa das vítimas e o próprio feminicídio em si”, diz o jornal.

O caso foi investigado pela delegada Mariana Thomé, de Nova Friburgo. Em entrevista ao portal G1ela disse que Rodrigo não demonstrou arrependimento durante o depoimento, estava sem sentimento, e indiferente. “Chamou a atenção no relato do autor a sua frieza e clara percepção que o fato de colocar o colchão em chamas na porta do banheiro onde as vítimas estavam trancadas, as impediria de sair e acarretaria a morte delas”, afirmou a delegada.


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