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Pedido de refúgio de médica cubana foi estratégico, diz liderança do governo

Ramona Rodriguez, que abandonou posto de saúde em Pacajá (PA) e está hospedada em gabinete de deputado do DEM, tem os mesmos direitos de um estrangeiro em situação regular até que pedido seja julgado

WILSON DIAS/Agência Brasil

Caiado oferece gabinete do DEM a Ramona e a todos os cubanos que quiserem deixar o Mais Médicos

São Paulo – A médica cubana Ramona Rodríguez adotou conduta “estratégica” para conseguir permanecer no país sem ter de respeitar o compromisso estabelecido entre o governo brasileiro e a Organização Panamericana de Saúde (Opas). A avaliação é da técnica em Relações Internacionais da Liderança do Governo na Câmara, Márcia Azevedo.

“O pedido de refúgio é estratégico. Ela ganha um salvo-conduto, uma sobrevida. Passa a ter os direitos de um estrangeiro em situação regular no Brasil até que o pedido de refúgio seja julgado pelo Comitê Nacional dos Refugiados”, disse Márcia, em entrevista à TVT. A cubana poderia, assim, ter direito a aceitar convites de trabalho no país mesmo tendo abandonado o programa Mais Médicos, justificativa pela qual chegou ao Brasil.

Ela deixou um posto de saúde em Pacajá (PA) no último sábado, onde atuou como clínica médica durante quatro meses, e encontrou asilo no gabinete do líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO). O asilo parece também estratégia de Caiado, conhecido opositor do programa, que disse aos jornais esta semana que seu partido está à disposição: “Pedimos ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, segurança e vamos adaptar o gabinete para que ela possa ficar aqui, colocar colchão, providenciar local para banho”, afirmou o deputado, deixando o “gabinete aberto” a todos os médicos cubanos que quiserem se “refugiar”.

Ramona argumentou ter abandonado o trabalho em razão de receber menos do que lhe haviam prometido. Contou ganhar US$ 400 e que recebe outros US$ 600 numa conta em Cuba. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou que a cooperação do Brasil com a Opas organiza a contratação dos médicos junto ao governo de Cuba nas mesmas condições “estabelecidas para mais de 60 países neste momento”.

O programa Mais Médicos conta com 9.559 profissionais atuando no Brasil, sendo 7.400 vindos de Cuba, e que estão exercendo a profissão regularmente. Até junho de 2014 é esperada a contratação de 15 mil médicos pelo programa.

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