Protesto repudia projeto de Alckmin de curso preparatório para cotistas

São Paulo – Ativistas pela implementação de uma política de cotas nas universidades públicas paulistas – USP, Unicamp e Unesp – protestaram na noite da quinta-feira (28) em frente à […]

São Paulo – Ativistas pela implementação de uma política de cotas nas universidades públicas paulistas – USP, Unicamp e Unesp – protestaram na noite da quinta-feira (28) em frente à Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, centro da capital paulista. A Frente de Luta Pró-Cotas repudia a proposta do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que quer que os alunos de escolas públicas façam um curso preparatório à distância por dois anos antes de concorrer às vagas. A inspiração para o projeto vem dos colleges americanos.

Em entrevista à reportagem da Rádio Basil Atual, que esteve no ato de repúdio ao Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público (Pimesp), o integrante do coletivo Levante Popular da Juventude, o ativista Júnior critica tanto a obrigatoriedade do curso preparatório, quanto à exigência de desempenho contida na proposta de Alckmin. “Para nós é um absurdo. O aluno tem de ter 70% de aproveitamento no curso pra poder concorrer a uma vaga na universidade. A gente tem vários exemplos (em universidades públicas de outras capitais) que os cotistas têm médias iguais e até melhores do que os não cotistas.”

Diversas correntes dos movimentos social, estudantil e negro defendem o sistema de cotas descrito no Projeto de Lei 530, que tramita na Assembleia Legislativa desde 2004. Nesse sistema, 50% das vagas nas universidades do estado seriam destinadas a estudantes de escolas públicas, sendo 30% delas para estudantes negros. Mas não haveria necessidade de cursos preparatórios. 

Douglas Belchior, da coordenação da Uniafro: “A experiência de de cotas no Brasil já tem quase 15 anos, a impressão que dá é que o estado de São Paulo é um país isolado. Todos os argumentos que eles colocam para justificar essa proposta já foram refutados em todos os debates já realizados. Mesmo as figuras mais conservadoras até do STF já votaram a favor das cotas, mas São Paulo permanece cega, surda e muda diante dessa necessidade.” 

Juristas também questionam a medida. O professor da Faculdade de Direito da USP, Marcus Orione, é um deles. “Isso, é no mínimo, inconstitucional.”

Com reportagem de Gisele Brito, da Rede Brasil Atual

Leia também

Últimas notícias