Direitos

Programas sociais fazem despencar sub-registros de nascimentos

Taxa cai de 20% em 2002 para 6,7% em 2012, aponta pesquisa do IBGE

Rio de Janeiro – O número de brasileiros sem registro ou com registro tardio de nascimento despencou em dez anos, caindo de 20,3% em 2002 para 6,7% em 2012. O dado faz parte do Levantamento Estatísticas do Registro Civil, divulgado hoje (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O sociólogo Claudio Crespo, coordenador de População e Indicadores Sociais do instituto, credita a queda a um conjunto de ações oficiais que tiveram continuidade ao longo da década. “As ações de combate ao sub-registro se espalharam por meio dos governos Federal, estadual e municipal. Houve instalação de cartórios em maternidades, especialmente nas públicas, mas certamente os programas sociais exigindo o registro de nascimento [para concessão de benefícios] tiveram um papel significativo”, disse Crespo.

Segundo o pesquisador do IBGE, é considerado sub-registro o nascimento não registrado no ano de sua ocorrência ou até o primeiro trimestre do ano seguinte. “A redução do sub-registro de nascimento é, sem dúvida, uma informação relevante. É um direito das crianças serem registradas ao nascer.”

Casamentos

O levantamento também aponta que os brasileiros estão indo cada vez mais tarde para o altar. A idade média dos solteiros na data do casamento, que era 26 anos para os homens, em 2002, subiu para 28 anos, em 2012. Entre as mulheres, no mesmo período, a idade média no dia de núpcias subiu de 23 para 25 anos.

Atualmente, 29% das mulheres estão dizendo “sim” entre 25 e 29 anos de idade. Outros 20% das noivas têm de 30 a 34 anos. Mesmo para aquelas mais maduras, entre 35 e 39 anos, o matrimônio continua uma realidade concreta, representando 12,2% do total.

Se para elas a subida ao altar vai se tornando uma experiência cada vez mais tardia, para eles a idade aumenta ainda mais. Segundo o IBGE, 31,3% dos noivos têm entre 25 e 29 anos de idade e 24,6% trocam alianças entre 30 e 34 anos. Já os quarentões (de 40 a 49 anos) correspondem a 18,2% dos casados. Os números são referentes ao ano de 2012 e mostram forte tendência ao casamento tardio. Na faixa dos quarenta, em 2002, o número de casamentos era de 9,1%.

Outra informação apontada no levantamento mostra que é crescente em todas as regiões do país a proporção de casamentos em que as mulheres são mais velhas. Em 2002, esses casos eram 20,7% do total e passaram para 24% em 2012. Ou seja, em quase um quarto dos casamentos, as mulheres são mais velhas que os homens.