São Paulo – O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) reafirmou ontem (4) que participará ao lado das centrais sindicais do dia nacional de luta programado para a próxima quinta-feira (11). Segundo um dos coordenadores do MST, Gilmar Mauro, o intuito é “recolocar a reforma agrária na pauta”. “Vamos fazer uma forte mobilização no interior. A reforma agrária é uma questão que unifica a classe trabalhadora e é parte importante da solução da distribuição de riqueza e principalmente da democratização da terra”, afirmou em entrevista à Rádio Brasil Atual.

Ele afirma que a reforma agrária interessa a toda a sociedade, pois trata não só da estrutura fundiária, mas do custo dos alimentos, já que a pequena produção não negocia  commodities agrárias em bolsas de valores. “Hoje, está se comprando safras de soja de 2020, 2025, o que inflaciona o preço desses produtos, fruto da especulação financeira. Achamos que a terra é um patrimônio da humanidade, assim como as sementes. E que o alimento é condição indispensável para a humanidade. Por isso, a reforma agrária se faz tão necessária.”

Mauro disse ainda que, apesar da existência de milhares de famílias assentadas, a estrutura de terra no Brasil não sofreu “modificações substantivas” e as mobilizações nas ruas mostram que é preciso viabilizar formas “mais horizontais e menos burocratizadas” de organização, que estimulem a maior participação de novos setores da classe trabalhadora, processo que se intensificou nos anos 2000.

Para o ativista, crises são momentos importantes que “abrem janelas”, mas é preciso que a classe trabalhadora esteja atenta para que as crises não sejam usadas contra ela mesma. “É preciso melhorar, mas valorizar o que foi feito e não deixar que haja retrocesso nos direitos sociais conquistados com muita luta.”

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