RIO GRANDE DO NORTE

Lewandowski vai a Mossoró acompanhar buscas por foragidos de presídio federal

‘Governo federal está presente’, disse o ministro da Justiça e Segurança Pública. Ele classificou como ‘problema localizado’ a primeira fuga de penitenciária de segurança máxima no país, garantindo que questão será superada em breve

(Tom Costa/MJSP)
(Tom Costa/MJSP)
"Hoje, a criminalidade se dá fundamentalmente no mundo virtual."

São Paulo – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, chegou neste domingo (18) a Mossoró, no Rio Grande do Norte, para acompanhar as buscas pelos dois foragidos do presídio federal localizado no município. “O governo federal está presente”, disse ao desembarcar, de acordo com a Agência Brasil. Ele classifica a fuga dos presos como “problema localizado, que será superado em breve com a colaboração de todos”.

No breve pronunciamento, Lewandowski disse que o episódio “não afeta em hipótese nenhuma a segurança das cinco unidades federais”, referindo-se às penitenciárias espalhadas pelo país. O ministro segue em reuniões internas na delegacia da Polícia Federal em Mossoró, junto com o secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, e a chefia operacional das buscas.

Dois fugitivos

Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento foram os primeiros detentos a escapar de um presídio federal brasileiro, considerados de segurança máxima. O sistema foi criado em 2006. Eles fugiram na quarta-feira (14). A forma está sendo investigada, e acredita-se que Rogério e Deibson usaram barras de ferro da própria cela para perfurar uma abertura em uma esquadria onde havia uma luminária.

Segundo as atualizações mais recentes, os fugitivos fizeram uma família refém na noite de sexta-feira (16), numa casa a três quilômetros da penitenciária. As autoridades policiais afirmam que as buscas se concentram sobretudo num raio de 15 quilômetros a partir da prisão. Foram montados também cinturões em áreas mais amplas.

Agentes, drones e helicópteros

A operação para capturá-los mobiliza cerca de 300 agentes federais, drones e três helicópteros. As forças de segurança do Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí participam das operações integradas. “Isso aqui não é nenhum favor, é o nosso dever, é o sistema único de segurança pública”, disse a governadora potiguar Fátima Bezerra, que recebeu Lewandowski no aeroporto.

Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, há duas investigações em curso. Uma delas, de caráter administrativo, liderada pelo Senappen, apura as responsabilidades da fuga e pode levar a um processo administrativo. Também há um inquérito no âmbito da Polícia Federal para apurar eventuais responsabilidades de natureza criminal das pessoas que, eventualmente, facilitaram a fuga dos dois detentos da penitenciária.”Problema localizado”, diz Lewandowski sobre fuga de presos em Mossoró.

SNPP/GOV
O presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte (SNPP/GOV)

Policiais Penais

A Federação Nacional dos Policiais Penais Federais (Fenappf) divulgou um comunicado no qual repudia acusações de corrupção de agentes da categoria e aponta que os dois presos que fugiram da penitenciária federal em Mossoró (RN) não tiveram apoio externo.

Sem citar nomes, o texto diz que o policial penal federal está sendo lembrado “somente no momento em que ocorreu uma falha” e que “está sendo acusado direta ou indiretamente de corrupção por algumas pessoas públicas e formadores de opinião de forma totalmente irresponsável”.

Assinada pelo presidente da Fenappf, Gentil Nei Espírito do Santo da Silva, a nota afirma ser muito cedo para se chegar a esse tipo de conclusão, pois “as investigações ainda estão em curso”.

Sem corporativismo

A federação diz esperar que tudo seja apurado e esclarecido. “Findadas as apurações, se tiver algum policial penal federal envolvido, cortaremos a própria carne sem qualquer corporativismo, pois o nosso maior orgulho sempre foram os números estatísticos de zero fuga, zero rebelião, zero celular”, continua o comunicado, de acordo com a Agência Brasil.

Para a categoria, a fuga não teve planejamento ou apoio externo, e os dois presos aproveitaram a chance que tiveram.

“Os foragidos não tiveram apoio externo, ou seja, não havia logística externa, eles não possuíam veículo para fuga, celulares, casa de apoio e nem rota de fuga, o que nos leva a acreditar que não houve planejamento prévio e sim uma oportunidade que foi aproveitada e obtiveram êxito”, diz o texto.


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