Zona sul

Moradores desapropriados pelo Metrô de SP fazem protesto para aumentar indenização

Comissão tentará se reunir com representante da empresa para negociar situação de famílias prejudicadas com baixo ressarcimento

Danilo Ramos/RBA

Manifestantes tentarão se reunir com representantes do Metrô para negociar a situação das famílias

São Paulo – Moradores das favelas Buraco Quente e Comando, no bairro de Campo Belo, na zona sul de São Paulo, fazem hoje (15) um protesto em frente à sede do Metrô contra as baixas indenizações oferecidas pela desapropriação de casas e comércios que serão demolidos para a passagem da Linha 17-Ouro, já em processo de construção.

Mais de 300 casas já foram destruídas e pelo menos 30 famílias ainda vivem na comunidade, aguardando melhores ofertas para deixarem suas residências. Pelo menos três delas não se enquadraram no chamado termo de vulnerabilidade feito pelo Metrô, e por isso não teriam direito nem a indenização nem a inclusão em programas de moradia pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), ainda em fase de projeto.

Com o protesto de hoje, os manifestantes esperam conseguir uma reunião com representantes do Metrô para negociar a situação das famílias. “As pessoas estão reféns da própria sorte. Não podem sair de casa com medo de elas serem demolidas, como aconteceu com as casas de quem já deixou a comunidade”, explica o líder comunitário Geilson Arruda, à frente de uma comissão de moradores do Buraco Quente e do Comando. “Elas estão vivendo com medo, no meio de escombros.”

“Queremos uma indenização justa para que essas pessoas possam ir para uma moradia digna e não para que sejam empurradas para outras comunidades, em locais mais longe, onde viverão pior do que já vivem”, diz. O Metrô paga, no máximo, R$ 119 mil de indenização para pessoas que conseguiram comprovar 10 anos de residência no local. Para cada ano são pagos R$ 8,5 mil, mais um valor para os metros quadrados construídos. Segundo a CDHU, a média dos pagamentos é de R$ 78,5 mil.