Vida

Menos 13 milhões de brasileiros passaram fome em 2023, aponta pesquisa

Estudo encomendado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome mostrou queda de 30% na insegurança alimentar. Dados são preliminares. Governo ressalta políticas de transferência de renda

MTST
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São Paulo – O número de brasileiros passando fome caiu de 33 milhões, em 2022 (primeiro trimestre), para 20 milhões no ano passado (último trimestre). É o que aponta pesquisa do Instituto Fome Zero (IFZ), encomendada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). A organização observa que os dados são preliminares. O resultado representa redução de 30% da insegurança alimentar.

Divulgada nesta terça-feira (12), a projeção foi feita a partir do cruzamento de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua e da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), ambas do IBGE. Entre os fatores que contribuíram para a melhoria, estão a redução do desemprego e o crescimento da renda, impulsionado por programas de transferência e pela política de valorização do salário mínimo.

Insegurança alimentar

“Deve-se fazer uma ressalva. A estimativa aqui analisada é preliminar e deve ser interpretada como uma análise de cenário de como está a situação geral da insegurança alimentar e nutricional no Brasil e de seus indicadores macroeconômicos”, afirma o instituto. “O comportamento dos indicadores descreve um cenário de estabilidade dos indicadores determinantes de insegurança alimentar e nutricional e, portanto, o início de uma possível retração da prevalência de insegurança alimentar.”

A redução de 30% considera duas modalidades de insegurança alimentar. Na moderada, a pessoa não faz as três refeições diárias ou não consegue se alimentar de forma adequada para ter uma vida saudável. Na grave, fica um dia ou mais sem comer. Assim, a pesquisa mostrou diminuição de 20 milhões de pessoas que sofriam de insegurança alimentar grave e/ou moderada e de 8 milhões com insegurança alimentar grave no primeiro ano do governo Lula.

Salário mínimo e Bolsa Família

“Saímos de 33 milhões de pessoas no Mapa da Fome em 2022 para 20 milhões em 2023. Embora ainda haja um longo caminho pela frente, o acerto das medidas de aumento do valor do salário mínimo e dos repasses do programa Bolsa Família, bem como a redução da inflação dos alimentos, demonstram que estamos no caminho certo para retirar novamente o Brasil do Mapa da Fome”, afirma o diretor geral do IFZ, José Graziano. Como ministro no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, ele implementou o Programa Fome Zero.

Já o ministro Wellington Dias considera que a retomada do Programa Bolsa Família foi fundamental para melhorar a situação. “O Bolsa Família não é só transferência de renda, é uma política de vida”, enfatizou. “Com o novo Bolsa Família, há o modelo de transferência de renda, mas levando em conta o tamanho da família e a sua composição, onde há crianças, o valor per capita é maior. Consequentemente, as pessoas estão conseguindo voltar a ter acesso ao alimento de qualidade.”