Desenvolvimento Agrário afirma em nota que só negocia com MST após desocupação de prédio

São Paulo – Nota oficial do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) informa que só irá retomar negociações  com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), iniciadas no último dia […]

São Paulo – Nota oficial do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) informa que só irá retomar negociações  com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), iniciadas no último dia 11, depois que os manifestantes deixarem o prédio do órgão, ocupado desde o início da manhã desta segunda (16).

O entendimento, interrompido pela ocupação, foi iniciado com a participação do secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, segundo a nota. Na ocasião, conforme o MDA,  ficou estabelecida uma agenda de negociações entre o governo e o MST, “processo democrático” que torna “incompatível o comportamento iniciado na manhã desta segunda feira”.  

A nota, distribuída pelo ministro da pasta, Pepe Vargas, acentua que já estão em andamento “medidas jurídicas cabíveis para reintegração de posse que garanta a normalidade de funcionamento” dos três ministérios instalados no bloco A da Esplanada dos Ministérios, endereço do MDA. Também ocupam o prédio os ministérios do Esporte e das Cidades, além da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

A nota termina dizendo que, depois da desocupação, “será dada continuidade aos entendimentos, dentro do espírito democrático e republicano que é a marca” do governo.  

O MST promete ficar acampado na área e estima que até amanhã (17) o protesto será ampliado com a presença de 2 mil trabalhadores no local.

Reivindicações

Os manifestantes reivindicam “medidas concretas” para a reforma agrária, como política de crédito para os assentamentos, construção de casas  e manutenção de escolas na zona rural. Eles alegam que apenas 10% dos assentamentos prometidos pelo governo federal para 2011 foram efetivamente concretizados e que 70% do orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para este ano foi contingenciado – impedido de ser utilizado por medida de contenção de gastos.

Os manifestantes informaram que 1.500 pessoas ocuparam terras no Ceará, nesta segunda-feira, e também a sede do governo, fato confirmado pelo gabinete do governador. Em São Paulo, foi ocupada uma fazenda no Pontal do Paranapanema e outra em Pernambuco, segundo o MST. Em Mato Grosso foi fechada uma rodovia federal e em Mato Grosso do Sul 300 famílias ocuparam terras e a sede do Incra.

Eldorado dos Carajás

Os protestos integram a Jornada Nacional de Luta pela reforma Agrária, manifestações organizadas pelo MST, em vários estados, para marcar a passagem dos 16 anos do massacre de Eldorado do Carajás em que 21 pessoas foram assassinadas, e também o Dia Internacional da Luta pela Reforma Agrária, celebrado em 17 de abril.  

Com informações da Agência Brasil

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