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Itaquaquecetuba se articula para formar rede de atendimento às vítimas de violência

Segundo defensor público, uma rede articulada entre as três esferas de governo ajuda a impedir novas violências

site da prefeitura de itaquaquecetuba

Para a secretária Fabiana da Cunha, já é possível observar avanço na qualidade do serviço prestado às vítimas de violência

São Paulo – O município de Itaquaquecetuba, na região metropolitana de São Paulo, organiza rede de atendimento à mulher vítima de violência para tentar resolver a desarticulação, que traz dificuldades como falta de estatísticas sobre os dados da cidade e de entrosamento entre os governos municipal, estadual e federal.

Segundo a secretária de Políticas para Mulheres da prefeitura, Fabiana da Cunha Fernandes da Costa, esta é a segunda tentativa. “Já houve articulação no passado, mas não perdurou, e agora estamos querendo implantar de maneira definitiva”, disse a secretária. De acordo com ela, o serviço tem estado mais rápido, porque agora as pessoas sabem o que cada um pode oferecer e há ganho de tempo.

O defensor público Anderson Almeida da Silva acredita que a iniciativa é necessária, pois o serviço de atendimento à mulher vítima de violência tem de ser multidisciplinar e funcionar de forma articulada. “Itaquá ainda carece de estrutura: não tem delegacia e juizado especializados no atendimento à mulher em situação de violência, mas a conversa em rede está acontecendo. Uma rede articulada impede novas violências”, afirmou o defensor.

O serviço ainda tem uma nova forma de olhar os conflitos, e cria um conceito que começa a ser visto como forma de atendimento. “Nosso trabalho é atender às vítimas, mas também oferecer um espaço seguro de um encontro com seus agressores. A gente trabalha com a perspectiva de que a reprodução da violência faz com que as vítimas se tornem agressores, vai reproduzindo um ciclo de violência ininterrupto”, explica a psicóloga Fernanda Laider, integrante do Centro de Direitos Humanos e Educação Popular do Campo Limpo e coordenadora do Centro de Referência de Apoio às Vítimas (Cravi).