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Após 11 mil multas e atraso de salários, empresa perde concessão de ônibus em SP

Itaquera Brasil operava 21 linhas na zona leste da capital e hoje enfrentou greve de funcionários por problemas de pagamento

©cid barboza/sigmapress/folhapress

Haddad afirmou que trabalhadores terão direitos garantidos e serão aproveitados em novo contrato

São Paulo – O contrato do Consórcio Leste 4, que operava linhas de ônibus na Zona Lestes de São Paulo, foi rescindido pela prefeitura, segundo anunciou hoje (11) o prefeito Fernando Haddad (PT). A decisão ocorreu após vários problemas apresentados pela empresa Itaquera Brasil, que recebeu este ano 11.038 multas em função de mau atendimento à população e tem a pior avaliação entre todas as que operam no sistema.

A partir de amanhã e por tempo indeterminado, veículos do Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese) substituirão os ônibus da empresa, que operava 21 linhas.

Os demais serviços prestados pelo consórcio, serão substituídos por contratos de emergência. Haddad avaliou que a suspensão pode trazer problemas para os usuários, mas disse que a medida era necessária.

“Nós teremos um período de transição que não será simples, nós contamos com a compreensão da zona leste. É uma medida mais dura. Mas é o que no curto prazo vai permitir a qualidade do serviço. Se não tornarmos medidas agora, a situação vai se estender indefinidamente”, argumentou.

A cota d’água para a tomada de decisão foram novos problemas na prestação do serviço, em função da paralisação nesta manhã, e pela terceira vez no ano, por parte dos funcionários que têm recebido salários com atraso e sem os benefícios legais.

Haddad disse que a prefeitura mantém diálogo com o sindicatos da categoria e está empenhada em garantir os direitos dos trabalhadores da empresa.

“Estou assumindo o compromisso aqui que toda a gestão será no sentido de assegurar a eles todos os seus direitos e que serão, na possível contratação que vai seguir a essa, aproveitados. Porque são pessoas que têm muita experiência. São motoristas e cobradores que estão há muitos anos prestando serviço para São Paulo e não têm responsabilidade no que está acontecendo lá. Não há razão para que sofram as consequências desse ato”, afirmou.