Cassel rebate críticas do setor agropecuário ao Programa Nacional de Direitos Humanos

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, rebateu nesta sexta-feira (8) as críticas feitas pelos representantes da agricultura comercial e pelo próprio ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, ao Programa Nacional de Direitos […]

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, rebateu nesta sexta-feira (8) as críticas feitas pelos representantes da agricultura comercial e pelo próprio ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, ao Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), lançado no final de dezembro. Cassel disse que as reclamações de Stephanes não fazem sentido. “Até onde eu estou informado, todos os ministérios participaram”.

“O plano busca criar um ambiente de paz no meio rural. Ele busca, por meio do diálogo, criar o que eu chamei de um ambiente de paz de produção. De fato, o plano busca criar no meio rural um ambiente diferenciado, que supere essas questões. Tem pessoas que se incomodam com isso”, argumentou o ministro do Desenvolvimento Agrário à Agência Brasil.

Cassel defendeu que as reuniões de conciliação como forma de se resolver os conflitos no campo. “A truculência, a violência, a solução liminar de conflitos sempre protegeu a grilagem ilegal de terras públicas, acobertou trabalho escravo, acobertou extração ilegal de madeira, ocultou devastação do meio ambiente”.

Ao falar sobre a Cosan, uma das maiores empresas do setor sucroalcooleiro, dona da rede de postos de combustíveis Esso e fabricante do açúcar União, Stephanes disse que houve exagero ao incluir o nome da empresa na chamada “lista suja” do trabalho escravo. Para o ministro da Agricultura, a empresa teve um problema há três anos, através de uma empresa terceirizada, o que não justificaria a inclusão.

Cassel ainda afirmou que os mesmos que reclamam do decreto presidencial, na área da agricultura, são os que trabalham para um processo de criminalização dos movimentos sociais que defendem a reforma agrária no Brasil.

Na área da agricultura, as primeiras críticas partiram da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura. Ela reclamou do decreto no ponto em que ele prevê a criação de uma espécie de câmara de conciliação para conflitos agrários, antes que sejam conseguidas na Justiça liminares de reintegração de posse.

Esse ponto, na opinião da senadora, estimularia a violência no campo e criaria um ambiente propício para o fortalecimento de movimentos que defendem a reforma agrária, tais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Hoje Stephanes fez coro aos ruralistas e reclamou que sua pasta não participou da elaboração do plano. Stephanes também reclamou do conceito usado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos para dividir a agricultura em comercial e familiar.

Fonte: Agência Brasil.