direito à história

Ato com pesquisadores reivindica ‘aparecimento’ de arquivos da ditadura

Ato realizado ontem (9) celebrou Dia Internacional dos Arquivos, instituído pela Unesco. 'Temos de continuar lutando pelo aparecimento dos arquivos', diz coordenador do Centro de Documentação da CUT

CC wikimedia

Ainda há muito a se revelar sobre o papel do Estado brasileiro nos anos da ditadura

São Paulo – Um ato reunindo pesquisadores de vários países, ontem (9), marcou o Dia Internacional dos Arquivos, instituído pela Unesco em 2007. Realizado na sede do Sindicato dos Químicos de São Paulo, na região central da capital paulista, o evento ocorreu durante seminário sobre trabalhadores e arquivos, que termina hoje, após um ciclo de debates e mesas-redondas.

Segundo o coordenador do Centro de Documentação e Memória Sindical (Cedoc) da CUT, Antonio José Marques, a data visa a “valorizar os arquivos e a documentação, dar visibilidade à documentação produzida pela população em geral, que está geralmente em arquivos, em depósitos, e que não são acessíveis, apesar de seu valor histórico”.

Marques diz que os arquivos da ditadura civil-militar no país (1964-1985), “muitos deles produzidos pelos militares, ainda estão fechados, desaparecidos, sumidos”. “E sem esses arquivos não conseguimos lutar pela memória, verdade, justiça e reparação das vítimas da ditadura”, acrescenta. “Então, o objetivo principal do ato é lembrar os arquivos que estão desaparecidos e que atendem às reivindicações dos trabalhadores se aparecerem.”

A Comissão Nacional da Verdade (CNV), segundo lembra Marques, “lutou por isso, mas essa foi uma das questões em que ela não conseguiu avançar”. Por isso, observa, essa questão não se encerra com o fim da comissão. “Nós temos de continuar lutando pelo aparecimento dos arquivos.”