Insegurança

Família de Moïse recusa quiosque por medo e espera solução da prefeitura

Segundo advogado, eles aceitariam outro local para trabalhar. Área do crime pode virar memorial

Divulgação/Prefeitura RJ
Divulgação/Prefeitura RJ
Projetos tentam encontrar uma destinação para o local do crime

São Paulo – Por questões de segurança, a família de Moïse Kabagambe não quer ficar no local onde o congolês foi assassinado, em 24 de janeiro. “Se tiver outra proposta, de outro quiosque, a gente aceita”, disse ao portal G1 o irmão Djodjo. A expectativa é de uma reunião na próxima semana com representantes da prefeitura do Rio de Janeiro para tentar uma solução.

Havia um princípio de acordo para que a família do congolês ficasse com a concessão dos quiosques Biruta e Tropicália, na orla da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Mas os familiares têm medo de ficar no mesmo local onde Moïse foi morto a pauladas. E um dos atuais concessionários chegou a declarar que não sairia do local. Agora, existe a intenção de transformar os quiosques em memorial e ponto de divulgação da cultura africana.

Ontem, o trabalhador congolês foi ofendido pelo presidente da Fundação Palmares. O advogado Rodrigo Mondego, da Comissão de Direitos Humanos da seção fluminense da OAB, disse que tomará medidas legais.

Sobre o uso dos quiosques, o advogado comentou ao portal UOL que a família ficou com medo, ainda mais depois que um dos donos disse que não sairia de lá. “Isso causou pânico na família e ela não quer ocupar aquele local por medo. Eles sabem de outros quiosques vazios, agradeceram à [concessionária] Orla Rio e [dizem] que aceitariam outro quiosque na orla”, disse Mondego. “Inclusive já se sabe que, na orla da zona sul, tem quiosques vazios, e lá eles não teriam conflito com ninguém. Lá eles poderiam trabalhar e conseguir o próprio sustento.”