CIDH vai investigar o Estado brasileiro pelos crimes de maio de 2006
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) vai investigar as mais de 500 mortes em maio de 2006, promovidas, supostamente, por grupos de extermínio
Publicado 09/08/2021 - 15h13
São Paulo – A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA), vai investigar o Estado brasileiro pelas mortes e desaparecimentos que aconteceram em maio de 2006. Por 10 dias consecutivos, entre 12 e 21 daquele mês, revide das forças policiais a ataques praticados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) deixaram ao menos 564 mortos e cerca de 100 feridos. O episódio é considerado o maior massacre da história recente do país.
“A CIDH pode julgar e condenar o Brasil por violações de direitos humanos e pela impunidade nas investigações dos Crimes de Maio, em 2006. Aproximadamente 564 pessoas morreram em ataques supostamente orquestrados por grupos de extermínio no estado de São Paulo”, afirma a ONG Anistia Internacional.
A denúncia
A denúncia encaminhada à OEA foi feita pelo Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria Pública de São Paulo, em 2015. O órgão pede que a Comissão reconheça as violações cometidas pelo Estado brasileiro contra as vítimas e determine a reparação integral necessária. Mesmo após 15 anos, as autoridades públicas brasileiras não deram nenhuma resposta às famílias das vítimas.
Em 2015, o movimento Mães de Maio, que luta pela memória, verdade e justiça às vítimas dos crimes cometidos, entrou com um pedido na Procuradoria-Geral da República (PGR) pelas mortes de seus filhos. Diante da demora na federalização da investigação, a Defensoria Pública e a ONG Conectas Direitos Humanos encaminharam a denúncia à OEA.