São Paulo

Caso Borba Gato: Justiça dá ‘liberdade provisória’ a Géssica Barbosa

Ela estava em casa e cuidando da filha de 3 anos quando o companheiro, Paulo Galo, comandou o protesto contra a estátua do bandeirante escravocrata

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Gessica nem sequer estava no protesto do companheiro, o entregador Paulo Galo, mas foi detida mesmo assim

São Paulo – A Justiça paulista liberou na tarde desta sexta-feira (30), Géssica Silva Barbosa, esposa do entregador de aplicativo Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como Galo, que assumiu a autoria do incêndio da estátua do bandeirante escravocrata Borba Gato, em São Paulo. A informação foi dada à imprensa pelo advogado do casal, Jacob Filho. “Ela está em liberdade provisória e saiu, não por meio de habeas corpus (HC), mas pelo pedido de revogação da prisão”, disse.

Ela havia sido presa, provisoriamente, sem nenhuma justificativa, e estava no 89º Distrito Policial, em São Paulo. Os dois foram detidos por envolvimento no incêndio da estátua. Porém, na hora do protesto, no início da tarde de sábado (24), Géssica estava em casa, cuidando da filha do casal, de 3 anos. Segundo Jacob Filho, a polícia a envolveu no caso porque o celular usado por Galo, com mensagens sobre a organização do ato, está no nome dela.

A Justiça do Estado de São Paulo havia expedido mandado de prisão contra Galo e Géssica na quarta-feira (28). Naquele dia, o entregador se apresentou voluntariamente ao 11º Distrito Policial de Santo Amaro, zona sul da capital paulista. Ele assumiu a autoria do protesto e se colocou à disposição para esclarecimentos tendo, inclusive, corrigido o endereço de sua residência registrado no mandado de busca e apreensão.

Apesar de tudo isso, Galo continuava detido até as 18h de hoje. Em relação à situação do ativista, segundo o advogado, não há novidades. “Tanto o pedido de HC quanto de audiência de custódia ainda não foram julgados”.

O casal responde por incêndio, associação criminosa e adulteração de placa de veículo. Na decisão que concedeu liberdade a Géssica, a juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli, responsável pelo caso, afirmou que além dos depoimentos dos envolvidos confirmando que ela não participou do protesto, “a equipe investigativa constatou que seu aparelho telefônico encontrava-se nas proximidades de sua residência”.


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