MANIFESTAÇÕES 19J

Brasil vê manifestações em cidades grandes e pequenas pelo país e exterior

Sábado #19J tem atos confirmados em quase o dobro de cidades que estiveram na manifestação anterior, em 29 de maio, o 29M. Rede de médicos populares criou guia de segurança

Dio Gomes / RCPDH
Dio Gomes / RCPDH
Ato em Belém, no Pará

São Paulo – As primeiras horas das manifestações do 19J registraram atos em Brasília, capitais estaduais e cidades, pequenas e grandes, pelo Brasil e de fora do país. Os protestos deste sábado (19) estão confirmados em mais de 400 cidades, quase o dobro de localidades que estiveram na mobilização anterior, em 29 de maio. No 29M, foi estimada a presença de cerca de 420 mil pessoas. Na Avenida Paulista, em São Paulo, o protesto está marcado para as 16h no vão livre do Masp. Os organizadores reforçam a necessidade de respeitar regras sanitárias e, inclusive, fez um guia para informar a população.


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Foram realizadas passeatas, intervenções artísticas, rituais pelas ruas repletas de faixas, bandeiras e cartazes exigindo vacina para todos, auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia, e protestando contra a reforma administrativa e privatizações.

Brasília, capitais e o mundo

Em Brasília, houve passeata com o reforço de povos indígenas do Acampamento Levante pela Terra, que estão na capital federal há 11 dias. Teve passeata em Maceió também, além de Belém, Recife, Porto Velho, Macapá, São Luis, Aracajú, João Pessoa e outras capitais. Fora elas, houve registros em cidades como Ribeirão Preto, Campinas, Rio Claro, Marília em São Paulo; Bayeux, na Paraíba; Feira de Santana, Jequié, Juazeiro e Itamaraju, na Bahia; Paracity, Miraselva, Florestopolis, Bela Vista do Paraíso, Rolândia e Prado Ferreira, no Paraná; Delmiro Gouveia, Alagoas; Altamira, Marabá e Parauapebas, no Pará; Novo Hamburgo, São Leopoldo, Pelotas, Seberi, Guaíba, Osório, Santo Antônio da Patrulha e Candiota, Rio Grande do Sul; Picos, no Piauí; Sobral, Russas, Crateús, Limoeiro do Norte e Caucaia, no Ceará; Petrolina, em Pernambuco; Betim, Brumadinho, Juiz de Fora, Vespasiano, Vale do Jequitinhonha e Joelisia Feitosa, Minas Gerais; Linhares, São Mateus e Nova Venécia, no Espírito Santo; Brusque, Santa Maria, São Cristovão do Sul, Jaraguá do Sul, Araranguá, Caçador e Rio do Sul, em Santa Catarina; Assú, no Rio Grande do Norte; dentre muitas outras por todas as cinco regiões do país.

Ainda pela manhã, no horário brasileiro, chegaram relatos de ações em dezenas de cidades fora do Brasil, como Zurique, na Suíça, Londres, Inglaterra, Samur, na França, Coimbra, em Portugal, Dublin, na Irlanda, Berlim, Alemanha, e Washington, Estados Unidos, dentre outras.

Guia de segurança

As frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular e as centrais sindicais, que estão na organização das manifestações do 19J, criaram junto com a Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares (RNMPP) um guia de como participar dos atos com segurança. Haverá voluntários orientando sobre medidas de distanciamento e higiene. A regra fundamental, explica a rede, é permanecer em locais abertos, bem ventilados, sem aglomeração. Mesmo ao ar livre é possível e necessário manter o distanciamento de dois metros.

Os profissionais da RNMMP também destacam a necessidade do uso de máscaras. De preferência, as PFF2/N95 bem ajustadas no rosto, cobrindo nariz e boca, sem vazamentos. Para quem não tem acesso a esse modelo, a dica é utilizar uma máscara cirúrgica simples, coberta por uma de pano. Há, ainda, a recomendação para o uso de álcool gel, não compartilhamento de objetos pessoais, sem abraços ou contato físico, evitar se alimentar fora de casa, levar água. O pesquisador Vitor Mori acrescenta: “Prestar atenção no deslocamento, no transporte coletivo, e aqueles momentos de interação, o pessoal se encontrando antes de ir ou depois de terminar, em interações sem máscara.”

Sociedade em movimento

Na última quinta-feira, ao comentar sobre as manifestações do 19J, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que elas são uma convocação da sociedade “para protestar contra o desgoverno e contra o genocídio. “A sociedade começou a andar.” Já o coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, afirmou, em entrevista ao Jornal Brasil Atual, que todos aqueles que defendem a democracia e combatem as desigualdades “não suportam esse governo” e devem participar do #19J. “Está havendo um levante.” O país se aproxima da perda de 500 mil vidas pela covid-19. Bolsonaro é o grande responsável, por não ter adquirido as vacinas no momento adequado.”