Vacina e auxílio

#19J: ‘Está havendo um levante contra Bolsonaro’, diz Raimundo Bonfim

“É preciso pôr fim a esse governo, que mata o seu povo. E ainda zomba da morte e do luto de milhares de pessoas”, declarou o coordenador da Central de Movimentos Populares

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
Expectativa dos organizadores é que as manifestações do próximo final de semana sejam ainda maiores do que as ocorridas em maio

São Paulo – De acordo com os organizadores das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, as manifestações do próximo sábado (19) contra o governo Bolsonaro – chamadas de ‘#19J’ – devem superar as mobilizações ocorridas no mês passado. Pelo menos 319 cidades, no país e no exterior, já confirmaram atos, ultrapassando o 29M, que ocorreu em cerca de 220 localidades. Movimentos sociais, sindicatos, organizações feministas e da juventude voltam às ruas em defesa da vacinação para todos e do auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia.

O coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, afirma que todos aqueles que defendem a democracia e combatem as desigualdades “não suportam esse governo” e devem participar do #19J contra Bolsonaro. “Está havendo um levante. O país se aproxima da perda de 500 mil vidas pela covid-19. Bolsonaro é o grande responsável, por não ter adquirido as vacinas no momento adequado”, disse Bonfim, em entrevista ao Jornal Brasil Atual nesta quinta-feira (17). “É preciso pôr fim a esse governo, que mata o seu povo. E ainda zomba da morte e do luto de milhares de pessoas”, acrescentou.

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Além de não tomar decisões no enfrentamento da pandemia, Bolsonaro ainda sabota as medidas restritivas adotadas por prefeitos e governadores, segundo Bonfim. Para ele, também são insuficientes os programas de proteção ao emprego e às empresas que foram adotados até o momento.

“São notícias de aumento do preço da carne, do arroz, do feijão, do ovo. E também do botijão de gás, da energia. São 14,8 milhões de desempregados, 19 milhões passando fome. E ainda correndo o risco de um novo apagão. É contra todas essas questões que voltaremos às ruas, com muita organização e responsabilidade. Mas com muita disposição de enfrentar esse governo nas ruas.”

Luta, mas com distanciamento

Raimundo destacou que os protocolos sanitários foram decisivos para que os atos do mês passado fossem bem-sucedidos. Segundo ele, não houve nenhum registro de contaminação durante o 29M. Nesse sentido, ele aposta em cuidados redobrados para encorajar mais pessoas a saírem às ruas. A orientação é que os participantes utilizem máscaras de alta proteção (PFF2 e N95) e álcool em gel, mantendo o distanciamento. Por outro lado, aqueles que não estão vacinados, são do grupo de risco e ainda não se sentem seguros, poderão ajudar participando das mobilizações virtuais.

Especialistas consultados afirmam que, com o uso de máscaras adequadas e em locais abertos, temos mais de 95% de chances de evitar a contaminação”, afirma o ativista. “Estamos tomando todos os cuidados, para que a gente possa dar condições, mais uma vez, para que o povo brasileiro se mobilize contra essa situação que estamos vivendo no país, que é inadmissível.”

Assista a entrevista

Redação: Tiago Pereira – Edição: Helder Lima


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