Estável

Cacique Raoni tem melhora clínica e poderá ter alta ‘em breve’

Indicado para o Nobel da Paz, líder indígena está lúcido e com sinais vitais normais, aponta boletim

Agência Brasil
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Cacique, de 90 anos presumíveis, teria ficado deprimido após a morte da mulher, em junho

São Paulo – Internado desde sábado em Sinop (MT), o cacique Raoni apresenta estabilidade, “com melhoras no quadro clínico”, segundo boletim divulgado nesta segunda-feira (20). “O cacique permanece lúcido, orientado e seus sinais vitais são normais. Espera-se alta em breve”, informa o Instituto Raoni.

O líder indígena apresentou complicações gastrointestinais, desidratação e falta de ar. Ele já estava internado em Colíder, outro município mato-grossense. “O sangramento da úlcera gástrica foi controlado. O exame de ressonância magnética não indicou nenhuma alteração”, diz ainda o instituto.

Com 90 anos presumíveis – não há certeza sobre o ano de nascimento –, Raoni Metuktire é talvez a liderança indígena mais conhecida internacionalmente. Por isso, inclusive, os boletins médicos estão sendo divulgados também em inglês. É o chefe mais antigo do grupo Kayapó, nos estados de Mato Grosso e Pará. Ele foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz deste ano.

O instituto que leva seu nome foi criado em 2001, “para proteger as comunidades indígenas Kayapó, Juruna, Trumai, Tapayuna e Panará, que vivem em 25 aldeias espalhadas por uma área de 2.5 milhões de hectares da bacia do Xingu Superior”. É uma organização sem fins lucrativos apoiada por entidades do Brasil e do exterior.

De acordo com reportagem do jornal espanhol El País, Raoni ficou deprimido após a morte de sua mulher, Bekwyjkà Metuktire, 90 anos, no mês passado, vítima de covid-19. O casal teve oito filhos.