Resistência

Na luta contra o despejo, Ocupação Nove de Julho faz campanha pelo direito à moradia

Ocupado há duas décadas, prédio público está sob risco de reintegração de posse. Movimento Sem Teto do Centro (MSTC) faz carta aberta para garantir ocupação

Marcelo Camargo/EBC

Campanha ressalta a importância da ocupação e sua trajetória para transformação social do prédio

São Paulo – Diante do risco de reintegração de posse que ameaça mais de 400 pessoas residentes na Ocupação 9 de Julho, localizada na região central de São Paulo, o Movimento Sem Teto do Centro (MSTC), responsável pela ocupação, organiza uma campanha para pedir apoio da sociedade civil pelo direito à moradia dos que ali vivem.

Intitulada Carta aberta em apoio à Ocupação Nove Julho, a campanha on-lineressalta a importância do movimento e sua trajetória para transformação do prédio no cumprimento da função social. Há mais de duas décadas no local, a ocupação é considerada símbolo da luta por moradia, abrigando 120 famílias, sendo 66 crianças em idade escolar, e desenvolvendo atividades educacionais, culturais e de promoção de renda.

Recentemente, após um longo processo, o edifício passou a ser propriedade, em abril de 2019, do Instituto de Previdência Municipal de São Paulo (Iprem), por meio da lei municipal 16.121/2015, que prevê ainda a destinação do imóvel à prefeitura. No entanto, para o movimento, moradores e representantes, a especulação imobiliária na região tem atuado para fazer pressão pela desocupação, como ressalta o membro da Coordenação Estadual da União dos Movimentos por Moradia (UMM), Sidnei Pita à Rádio Brasil Atual.

“Hoje a gente vê a forma como o governo de São Paulo vem tratando, e também a prefeitura de São Paulo, na questão de higienização com as ocupações que é brutal”, afirma. Em reportagem de Cosmo Silva, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) do ABC Anderson Dalécio faz o apelo pela causa. “São famílias que estão pedindo socorro porque querem ter o mínimo de dignidade”, destaca.

Você pode assinar a carta clicando aqui.

Ouça a reportagem

Você pode conferir a partir de 42:30 

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