governo letal

Pacote anticrime de Moro é política do bangue-bangue e licença para matar

Ex-ministro dos Direitos Humanos e coordenador da Comissão da Verdade, Paulo Sérgio Pinheiro critica ex-juiz da Lava Jato e agora ministro da Justiça de Bolsonaro por propostas para a segurança pública

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São Paulo – Em artigo publicado neste sábado (9) na Folha de S.Paulo, em que avalia o chamado pacote anticrime, de autoria do ministro da Justiça, Sergio Moro, o ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos Paulo Sérgio Pinheiro afirma que a proposta consolida a “política do bangue-bangue” e compara a atuação do ex-comandante da Lava Jato à de um “elefante em loja de louças”.

Para Pinheiro, que foi coordenador da Comissão Nacional da Verdade, “não há surpresas” nas medidas apresentadas pelo ex-comandante da Lava Jato como solução para a segurança pública. “O pacote segue à risca o método pautado pela manipulação permanente do medo e pela fantasia de um Estado vingador que o sr. Moro tem personificado com maestria nos últimos anos”, escreve.

Pinheiro lembra que o duo Bolsonaro-Moro, contra todos os estudos e pesquisas acerca de violência, no Brasil e no mundo, ampliou o acesso da população a armas de fogo e que, com este pacote – em que altera 14 leis já em vigor no país –, amplia as possibilidades de as polícias justificarem seus próprios crimes, legitimando, portanto, a violência como política de governo. “Para que fundamentar cientificamente? Como perder tempo com diálogos com a sociedade civil, centros de pesquisa ou mesmo corporações? Basta o clássico showzinho de Power Point.”

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Paulo Sergio Pinheiro: ‘Moro atira para todos os lados’

O humanista alerta que Moro praticamente libera as forças policiais a cometerem homicídios contra a população. “Policiais podem ter quase como certo responder aos inquéritos em liberdade, carta branca para ameaçar testemunhas e cometer mais mortes”.

Ele encerra seu artigo apontando ainda que as justificativas dadas pelo ministro para a barbaridade – escusável medo(sic), surpresa ou violenta emoção – configuram ” uma delirante exclusão de criminalidade.”

Confira aqui a íntegra do artigo de Paulo Sergio Pinheiro

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