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Metalúrgicos do ABC debatem racismo no Dia da Consciência Negra

Discussão sobre a permanência do racismo estrutural marcou celebração, que também prestou homenagem a Marielle Franco e Mestre Moa do Katendê

Reprodução/TVT

“Luta contra o racismo é de todos”, frisa a professora Marilandia

São Paulo – Para marcar o Dia da Consciência Negra, celebrado na última terça-feira (20), o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (Smabc) promoveu evento no último sábado (24). Animados ao som dos afoxés do bloco paulistano Pilantragi, os trabalhadores debateram as causas, consequências e permanência do racismo estrutural no Brasil.

O evento, realizado na sede do sindicato, em São Bernardo do Campo, também marcou o início da gestão de Carlos Alberto Queiroz Rita à frente da Comissão da Igualdade Racial, criada pelos trabalhadores metalúrgicos para combater o racismo. Ele substitui José Laelson Oliveira, o Léo da Superliga.

Queiroz Rita diz que é importante desnaturalizar a desigualdade racial no trabalho. “Em muitas empresas, são poucos os negros estão no cargo de chefia. Isso é uma coisa naturalizada”, afirmou à repórter Michelle Gomes, para o Seu Jornal, da TVT.  “Existe um racismo na sociedade, um racismo institucional que a gente às vezes não assume, não percebe”, assume o secretário-geral do SMABC, Aroaldo Oliveira.

A vereadora Marielle Franco, morta em março deste ano em crime ainda não solucionado, e o Mestre Moa do Katendê, assassinado por um apoiador de Bolsonaro na madrugada após o primeiro turno das eleições 2018, também foram homenageados.

Cofundador do Movimento Negro Unificado (MNU), Milton Barbosa alertou sobre os desafios para a população negra no governo Bolsonaro e destacou a aproximação entre o movimento negro e o sindical. “Temos um movimento organizado que se esparrama cada vez mais pelo país e estabelece alianças importantes com os trabalhadores em geral. Vão tentar nos retirar cotas, que é uma forma de reparar historicamente a população negra. Mas nós vamos resistir. A história nos ensinou.” 

Para a professora Marilandia Frazão de Espinosa, especialista em Educação para Relações Étnico Raciais pela PUC-SP, a luta contra o racismo é de todos. “É uma luta que se vocês somarem com os negros, os negros avançam, a sociedade avança. É o reconhecimento da sociedade brasileira do outro. Enquanto não reconhecer o outro, ou não admitir que é racista, a gente vai avançar muito pouco.”

Assista à reportagem do Seu Jornal da TVT

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