sem segurança

Seguradoras fomentam mercado clandestino de autopeças, aponta sindicato

Sindicato da Indústria de Funilaria e Pintura afirma que redes credenciadas utilizam peças furtadas e mal reparadas nos reparos

Arquivo/Agência Brasil

Segundo a Sindifupi, diversos acidentes de carros acontecem pelos maus reparos feitos pelas redes credenciadas

São Paulo – O presidente do Sindicato da Indústria de Funilaria e Pintura de São Paulo (Sindifupi), Angelo Coelho, associa a conduta das seguradoras de veículos à responsabilidade por um bom número das ocorrências de roubo e furto. Em entrevista à Rádio Brasil Atual na manhã desta quinta-feira (10), ele denuncia que, devido a estratégias agressivas de mercado, cresce o número de veículos mal reparados em circulação, com favorecimento do mercado clandestino, tirando a segurança dos motoristas.

“A seguradora força que que o cliente leve o carro à rede credenciada. Por trás dessas empresas credenciadas estão as peças negociadas. Por exemplo, uma porta custa, em média, R$ 5 mil, mas a seguradora negocia a peça por R$ 1.500. O mecânico não tem a condição de fazer o reparo (adquirindo uma peça original de fábrica), então tem que pegar ‘alternativas’ no mercado clandestino. Logo, o consumidor tem o veículo mal reparado, o que favorece o roubo e o furto de automóveis”, denuncia, apontando o que mesmo ocorre na reposição de itens de segurança, como freios, parachoques e rodas.

Outro ponto levantando por Angelo é a imposição que as seguradoras fazem aos seus clientes de utilizarem apenas a rede de oficinas credenciadas à empresa, sem a possibilidade de o consumidor ir ao mecânico que achar melhor. “Caso você queira usar a sua oficina de confiança, a sua franquia mais que dobra. Isso é prova de que existe alguma coisa ruim nesse sistema. Como uma oficina franqueada vai cobrar cerca de 1.500, e na sua oficina de confiança o valor chega a 5 mil reais? Não está certo”, questiona.

Ele também afirma que, quando o consumidor vai a uma oficina não credenciada, a diferença de preço no reparo não pode ser cobrada pela seguradora. “Isso é um desrespeito ao consumidor. A companhia deve permitir a liberdade de escolha.”

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