Habitação

Ameaçadas de despejo, famílias do Alvorada protestam no centro de São Paulo

Moradores da comunidade, na zona oeste de São Paulo, ocupam área privada há nove meses. Reintegração está marcada para segunda-feira

São Paulo – Sob ameaça de despejo, famílias que vivem hoje na comunidade do Alvorada, zona oeste de São Paulo, fizeram um ato na tarde de hoje (22), em frente ao edifício Martinelli, no centro, onde o Conselho de Habitação da Cidade se reunia. A reintegração de posse do terreno, de propriedade particular, está marcada para a próxima segunda-feira (26). Segundo a Associação dos Trabalhadores Sem Teto da Zona Oeste, 1.200 famílias vivem no local.

Maria de Lourdes Ferreira Freitas, moradora da comunidade, afirma que a ordem de despejo veio desacompanhada de uma proposta da prefeitura, como pagamento de auxílio-aluguel. “A área é privada, não é do município, mas não temos para onde ir. Existem vários idosos, muitas crianças e até um deficiente físico morando lá. Não temos pra onde ir. Ninguém aqui pode pagar aluguel.”

A presidente da associação, Severina Ramos, que não vive no local, afirma que as famílias ocuparam a área há nove meses, e desde então lutam contra o despejo. “Ninguém gosta de morar ali. São barracos de madeira, sem água, energia elétrica precária, sem esgoto. Mas é dali para a rua, porque muitas não têm nem casa de parentes para pedir abrigo.”

A assessoria de Secretaria Municipal de Habitação informou que 1.189 famílias da comunidade do Alvorada foram pré-cadastradas nos programas habitacionais do município, mas não terão prioridade de atendimento em função da reintegração de posse. Amanhã, o secretário de Habitação, José Floriano de Azevedo, se reunirá com a liderança do local para identificar famílias de alta vulnerabilidade, como idosos e portadores de deficiência, e esses serão atendidos por algum programa social de modo imediato. Atualmente, 30 mil famílias recebem auxílio-aluguel da prefeitura.