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Carandiru: 90% dos mortos receberam tiros na cabeça e no pescoço, diz promotor

Para a acusação, características dos crimes mostram que policiais militares teriam mentido ao argumentar que agiram em legítima defesa

Marcelo Camargo/ABr

Promotores e advogados têm cinco horas para exporem suas visões sobre o massacre

São Paulo – O promotor de Justiça Fernando Pereira Filho disse na manhã de hoje (2), durante as argumentações finais no julgamento de 25 policiais militares acusados pelas mortes de 52 presos no massacre do Carandiru, que 90% das vítimas receberam tiros na cabeça e no pescoço – o que aponta para a possibilidade de execuções em massa. Destes, mais de a metade levou entre dois e quatro tiros.

Essas e outras informações – como as trajetórias das balas – indicam, segundo o promotor, que os acusados criaram uma versão fantasiosa durante seus depoimentos.

Ao longo da semana, os réus argumentaram que agiram em legítima de defesa, pois teriam sido atacados pelos presos. Como “prova”, relataram ferimentos sofridos e exibiram escudos com marcas de tiro.

Para o promotor, os ferimentos relatados não sustentam a versão da legítima defesa. E as marcas nos escudos não servem de prova, já que não há como saber se os equipamentos são os mesmos usados no dia da invasão.

Promotoria e advogados de defesa têm hoje cinco horas, cada parte, para expor suas argumentações finais – incluindo réplicas e tréplicas. Depois dessa etapa, os jurados irão se reunir para dar o veredito.

Com informações da repórter Gisele Brito


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