O jornalista Elio Gaspari escreve uma coluna de política para vários jornais do país enão pode ser acusado de petista, muito pelo contrário. Costuma bater forte em Lula e Dilma. Talvez por isso, causou curiosidade a nota do jornalista publicada nesta quarta-feira (29), em um jornal paulista.

Na nota, Elio Gaspari denuncia a censura sofrida pelo historiador Luciano Figueiredo, simplesmente por ele ter publicado na revista História, editada pela Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional – uma resenha favorável ao livro “Privataria Tucana”, do também jornalista Amaury Ribeiro Jr.

Figueiredo foi, digamos, “denunciado” pela direção do PSDB e daí, relata Gaspari, resultou que a resenha foi expurgada, o autor do texto foi dispensado e Figueiredo, editor da revista, foi demitido.

A “denúncia” partiu de Sérgio Guerra, presidente do PSDB. Em nove anos de poder, não há registro de que o comissariado petista, frequentemente apontado pela oposição como formulador de teorias de intervenção na imprensa, tenha conseguido desempenho semelhante.

O episódio ofende a ideia de pluralidade, essencial às bibliotecas. Além disso, retrata como a direita brasileira define “liberdade de imprensa” e teme qualquer iniciativa que remeta à regulação da mídia.