Massacre espanhol

Naviraiense? Não, Taiti…

Seleção da Oceania conta com apoio da torcida, mas não resiste aos reservas da Espanha e perde por 10 a 0

EFE/Felipe Trueba

Espanha comemora de forma contida. Respeito pelo Taiti…

O sonho taitiano durou por algum tempo. Para ser mais preciso, 26 minutos, tempo decorrido entre o primeiro gol da Espanha, marcado por Fernando Torres aos 5 minutos de partida, e o segundo, aos 31, de David Silva. A resistência da seleção da Oceania empolgou a torcida presente no Maracanã, que exerceu livremente o seu direito de secar o (muito) mais forte. Mas não foi suficiente.

Nos oito minutos seguintes ao segundo tento espanhol, mais dois gols, outro de Torres e um de David Villa. Virou goleada mais tarde até do que se esperava, mas virou. Pode-se culpar a linha de impedimento do Taiti, que facilitou bastante o serviço do ataque europeu, mas como a mesma linha funcionava tão bem para a Espanha? Não é tática, é técnica. E mais algumas dezenas de anos de tradição de um, contra quase nada de outro, além de um sem-número de fatores que não caberiam nesse texto.

Em resumo, a melhor seleção do mundo, ainda que reserva, contra um time onde só há um jogador profissional. Dois momentos refletem o nível da equipe: após uma cobrança de escanteio, nove jogadores do Taiti estavam dentro da área; em um contra-ataque em que saiu o gol, eram quatro atletas da Espanha contra três do Taiti. Do primeiro tempo, louve-se o fair play da equipe da Oceania. Segundo estatísticas da Fifa, fez quatro faltas e sofreu nove, e o único cartão amarelo da etapa foi para Cazorla, da Espanha.

Já no segundo tempo… Bom, o ímpeto espanhol foi outro. Em 21 minutos, outros quatro gols marcados pela seleção de Del Bosque: Villa, duas vezes, Torres e Mata. No sétimo gol, uma falha bizonha do goleiro Roche em um lance de impedimento não marcado pela arbitragem (sim, o Taiti pode reclamar do apito amigo…), Torres consolou o arqueiro que, aplaudido, fez duas boas defesas nos três minutos seguintes. Nada como ter moral.

Aos 32, chegou a chance de Roche se redimir. Pênalti pra Espanha, Fernando Torres cobra e… erra. Festa no Maracanã. Mais uma vez durou pouco. Um minuto depois, o mesmo Torres fez o nono tento espanhol. E ainda sairia mais um, com David Silva.

Fim de jogo e alguns recordes permaneceram. A maior goleada da história do Maracanã foi um Flamengo 12 a 2 sobre o São Cristovão, em 1956, e o maior triunfo da seleção espanhola ocorreu em 1933, um 13 a 0 contra a Bulgária. Para o Taiti, o resultado igualou sua pior derrota. Não sendo uma seleção que prima pela vasta experiência internacional, tinha como resultados mais negativos uma derrota para a Austrália, por 9 a 0, e outra para a Nova Zelândia, por 10 a 0.

Se serve de consolo para o Taiti, fica o exemplo do Naviraiense. Em 2010, o time ficou conhecido nacionalmente por tomar uma goleada de 10 a 0 para o Santos, na Copa do Brasil. Já em 2013, a equipe eliminou os tradicionais Portuguesa e Paysandu na competição e a torcida já sonha com a ida a Tóquio. Em 2025… Força, Taiti!