Mestre da guitarra blueseira, Big Gilson lança CD e DVD ao vivo

O guitarrista brasileiro de blues Big Gilson (Foto: ©Licia Santos/divulgação) O guitarrista brasileiro Big Gilson prova, nos recém-lançados CD e DVD ao vivo, “Big Gilson & Blues Dynamite – Live!”, […]

O guitarrista brasileiro de blues Big Gilson (Foto: ©Licia Santos/divulgação)

O guitarrista brasileiro Big Gilson prova, nos recém-lançados CD e DVD ao vivo, “Big Gilson & Blues Dynamite – Live!”, porque é uma das maiores feras do blues no país. Após 14 álbuns lançados, sendo 4 com a banda Big Allanbik e 10 na carreira solo, o artista carioca chega com todo o gás a esse trabalho, gravado no pub Mr. Jones, em Buenos Aires, em maio, a começar pela excelente “Judgment Day”, seguindo com o arrasador solo em “In The Morning”.

Acompanhado pela baixista Flavia Couri, dos Autoramas, e o baterista Gil Eduardo, ex-Blues Etílicos, o mestre da slide guitar Big Gilson presta homenagem a várias lendas do blues e do rock, como Muddy Waters, Jimi Hendrix, Roy Buchanan, Big Bill Broonzy, Rory Galaghaer, Snooky Prior e Savoy Brown. Também há a participação especial do saxofonista Giuseppe Puopolo, em “Take Me To The River”.

Há algumas faixas muito boas, como “Tobacco Road”, composta pelo norte-americano John D. Loudermilk e sucesso com Nashville Teens, em 1964; “Take Me To The River”, do reverendo Al Green; “I Feel So Good”, de Big Bill Broonzy; e “Messiah Will Come Again”, do também norte-americano Roy Buchanan. 

Entre as composições próprias, destaca-se “Tropical Feeling Blues” e “Sentenced To Living”, parceria com Sérgio Vid, ex-vocalista das bandas Sangue da Cidade e Vid e  Sangue Azul. Para completar, há um tributo a Jimi Hendrix, com direito a “Little Wing” e “Ain’t No Telling”; e uma versão de “Changes”, do Black Sabbath.

Não e à toa que Big Gilson já arrancou elogios até de B. B. King, em 2000, como reproduz no próprio blog: “Quando vejo um jovem tocando blues tão bem assim e tão longe da América, sinto que minha missão nesta vida está cumprida”.

Leia a seguir uma entrevista com o blueseiro Big Gilson.

Como surgiu a ideia de registrar esse show realizado em Buenos Aires em CD e DVD? E por que gravá-lo na Argentina?
Já há muito tempo os fãs me cobravam e eu também tinha muita vontade de lançar um DVD oficial. Tinha a ideia que queria fazê-lo em local pequeno e intimista, como no começo da carreira. Bem junto à plateia, olho no olho, sentindo o suor correndo em nossas peles e tocando e minha banda com todo o fervor que se consegue ter num contato tão direto. É o que encontrei há alguns anos num pequeno pub na periferia de Buenos Aires, chamado Mr. Jones. Uma casa pequena, toda de madeira, com uma excelente acústica, onde fui muito bem recebido por um público maravilhoso. Pensei: “É AQUI!!!”.

Como foram selecionadas as canções e como se deu o encontro com Flavia Coury e Gil Eduardo?
As canções foram um apanhado de várias fases da minha carreira, influências, o que tenho curtido ultimamente e que fazem ser quem sou hoje. O Gil eu já era amigo há muito tempo, desde Blues Etílicos, no qual ele tocou até o quarto álbum. A Flavia eu conheci num show do Autoramas e a convidei para participar desse projeto.
 
Como você avalia o fato de ser visto como um dos maiores guitarristas de blues no Brasil e um mestre da slide guitar?
Eu fico muito honrado com o reconhecimento.

Como você avalia o espaço dado ao blues no Brasil?
O Blues, bem como a maior parte da música de qualidade, tem pouquíssimo espaço na mídia. Não é fácil se manter na ativa.

Como surgiu a ideia de prestar um tributo a Jimi Hendrix e interpretar “Changes”, do Black Sabbath, duas verdadeiras lendas do rock?
A do tributo ao Jimi era uma dívida antiga que tinha com esse grande mestre em homenageá-lo. A do Sabbath, além de eu curtir o som deles, a letra de “Changes” me remeteu a uma situação de perda de um amigo e resolvi fazer uma adaptação que se encaixasse perfeitamente na minha situação.

Você pretende excursionar com esse álbum pelo Brasil? Já há algo definido nesse sentido?
 Sim. Vou me dedicar a isso nos próximos seis meses intensamente. Pretendo levar esse trabalho a todo o país. Estamos trabalhando nessa agenda.

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