Marina Silva pede protagonismo de Dilma na Rio+20

Marina afirmou que precisamos terminar a conferência com objetivos e propostas sérias (Foto:Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr) Rio de Janeiro – No momento em que era entregue oficialmente o documento final que […]

Marina afirmou que precisamos terminar a conferência com objetivos e propostas sérias (Foto:Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Rio de Janeiro – No momento em que era entregue oficialmente o documento final que conduzirá as negociações da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, a ex-ministra Marina Silva, pedia à presidenta Dilma Rousseff que não perca a oportunidade de “fazer a diferença”. Marina esteve nesta terça-feira (19) na Cúpula dos Povos, evento que ocorre paralelamente à conferência oficial.

“Espero que não saiamos daqui com objetivos genéricos, sem propostas sérias sobre governança. Nós temos que sair daqui com algo mais que apenas um número 20”, pontuou. Marina afirmou que passados 20 anos da última conferência da ONU, as pessoas estão mais comprometidas com o meio ambiente, fato que ela própria não esperava presenciar neste ano, especialmente durante os dias de Rio+20, no Rio de Janeiro.

Crítica ao novo código florestal que está em tramitação no Congresso Nacional, Marina não perdeu a oportunidade de criticar o texto que, mesmo ainda não concluído, teve a maior parte das discussões antes da Rio+20. “Já que dá trabalho aplicar a lei, já que causa conflito a discussão, então vamos revogar o que a gente pode revogar. Vamos nos omitir”, lamentou ironicamente.

Em evento chamado “Diálogos Intergeracionais sobre Sustentabilidade”, a ex-candidata à Presidência da República falou a um grande público, que a reverenciava calorosamente. Marina Silva também falou sobre sua nova forma de “fazer política”, desligada do Partido Verde desde o ano passado, Marina destacou o crescente “ativismo autoral”, assim chamado por ela. A ex-ministra do Meio Ambiente, atualmente sem filiação partidária, defendeu uma que cada um defina sua própria militância.

“Nós somos da raiz do ativismo dirigido, precisávamos de um partido, de um sindicato. O avanço dos meios de comunicação tem dado uma outra possibilidade. Surgiu esse ativismo que se constitui nas bordas, o qual cada um é autor de sua própria militância, mas com o cuidado de não cair no individualismo exacerbado”, defendeu.

Também participante do debate, Oded Grajew, presidente da Rede Nossa São Paulo, defendeu que grandes mudanças começam com poucas pessoas, mas que, juntas, acreditam na justiça. Foi assim que o empresário recordou os tempos em que estudava na Faculdade de Direito da USP e, junto de um grupo de estudantes, resolveu lutar pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo, em 1991.

Ele lembrou que ninguém deu importância àquele movimento, mas que não imaginara no que a mobilização resultaria. Oded comparou o ocorrido com o atual modelo político-econômico, afirmando que a sociedade é seu principal fator de mudanças.

“Para ser efetivado, o rascunho que está sendo elaborado pelos governos vai depender de nós”, defendeu.