Eliane Elias reúne Gilberto Gil e Oscar Castro-Neves em ‘Light My Fire’

A pianista brasileira de jazz Eliane Elias: refinamento e versatilidade no tratamento a clássicos da música (Foto: ©Divulgação) Não há dúvidas de que a paulistana Eliane Elias, de 51 anos, […]

A pianista brasileira de jazz Eliane Elias: refinamento e versatilidade no tratamento a clássicos da música (Foto: ©Divulgação)

Não há dúvidas de que a paulistana Eliane Elias, de 51 anos, é uma das mais refinadas pianistas e cantoras brasileiras. Aluna de Amilton Godoy, pianista do Zimbo Trio, ela talvez não seja tão conhecida no país como mereceria, mas, internacionalmente, realizou parcerias marcantes com nomes como o trumpetista norte-americano Randy Brecker, o baixista Marc Johnson – seu atual marido -, e Herbie Hancock, entre outros.

Ela estreou em 1990, com o álbum “Eliane Elias Plays Jobim” e, misturando canções próprias e de outros autores a clássicos de Tom Jobim a Bill Evans, ela já foi apontada como um dos grandes nomes do jazz. Ela acaba de lançar o vigésimo quarto álbum da carreira, “Light My Fire”, em que se destaca um dueto irresistível e suingadíssimo com Gilberto Gil, em  “Aquele Abraço”. O encontro se repete em “Toda Menina Baiana”, também de Gil e “Turn To Me (Samba Maracatu)”, música de Gonzaquinha, que ganhou letra da própria Eliane Elias.

Outros clássicos da música brasileira interpretados com muito refinamento por ela nesse trabalho são “Rosa Morena”, de Dorival Caymmi; “Isto Aqui O Que É”, de Ary Barroso; e “Bananeira”, de João Donato e Gilberto Gil. Também há standards norte-americanos, como “Take Five”, de Paul Desmond; e canções da própria Eliane Elias, caso de “Stay Cool”, parceria com Kenny Dorham; “Made In Moonlight”; e “What About The Heart (Bate Bate)”, que encerra o álbum.

Com uma versão extremamente cool de “Light My Fire”, grande sucesso da banda Doors, Eliane Elias também faz uma interpretação sensualíssima de “Mon Amour”, de Henry Cosby, Sylvia Moy e Stevie Wonder, cantando em francês. Prova maior de versatilidade, impossível. Só que a cantora traz as canções para si e imprime nelas uma identidade própria.

Assinando a produção com o marido Marc Johnson, Eliane Elias parece pensar o álbum como algo extremamente autoral, em que as canções se conectam umas com as outras de modo indissociável. Há sempre uma razão de ser e um diálogo que se estabelece seja pela letra, seja pela musicalidade, tanto de aproximação, quanto de afastamento. Um exemplo é o fato de “Light My Fire” vir depois de “Aquele Abraço” e antes de “Isto Aqui O Que É”, duas canções marcadas pela malemolência bem brasileira.

Eliane Elias também parece encontrar no álbum o espaço ideal para reunir amigos. Não é à toa que participam dele feras como o guitarrista Oscar Castro-Neves, o baterista Paulo Braga, o guitarrista Ross Traut, o trumpetista Randy Brecker e o percussionista Marivaldo dos Santos, entre outros. Portanto, “Light My Fire” é um trabalho extremamente autoral que convence e encanta da primeira a última nota..

[email protected]

Leia também

Últimas notícias