Eleonora Falcone mistura ritmos e emoções em show em João Pessoa

Eleonora Falcone canta no Dia Internacional da Mulher (Arquivo Pessoal / Mauricio Maia) A cantora, compositora e produtora fonográfica Eleonora Falcone é um dos nomes mais expressivos do cenário musical […]

Eleonora Falcone canta no Dia Internacional da Mulher (Arquivo Pessoal / Mauricio Maia)

A cantora, compositora e produtora fonográfica Eleonora Falcone é um dos nomes mais expressivos do cenário musical paraibano contemporâneo. É o que poderá ser confirmado nesta sexta-feira (8), na Usina Cultural Energisa, em João Pessoa (PB). Ela vai apresentar as canções do segundo álbum independente Eu Tenho Um Pedaço de Sol Que Guardo Comigo Desde Menina, gravado no home studio Cachalote, com a participação de vários músicos locais e produção de Fernando Morello, e que chama atenção pela saborosa mistura de ritmos.

O álbum começa com o lindo fado Carta de Amor, composto por Eleonora Falcone e Lúcio Lins: “Aprendi do amor / Meu amor / Que amar é singrar sobre pedras / E num barco de papel entre elas / Naufragar pelos céus”. Vale a pena prestar atenção na riqueza sonora propiciada pelas guitarras de Léo Meira, o baixo de Adriano Ismael, a bateria de Victor Ramalho e o acordeom de Joca do Acordeom. Ela é seguida pela sensual Muxarabi, que é um recurso criado pelos árabes para fechar parcialmente os ambientes de modo que quem está no interior tenha a intimidade preservada, mas consiga ter visão total do lado externo. Aqui vale destacar as caixas e zabumba do mesmo Victor Ramalho e o triângulo, panela n’água e ganzá de Chiquinho Mino.

A dupla de irmãos cantores e compositores paraibanos Paulo Ró e Pedro Osmar, criadores do grupo de estudo e de música experimental Jaguaribe Carne, são homenageados com duas gravações. A primeira é Nome na Areia, realçada pelo bonito sotaque de Eleonora Falcone, o que confere uma força regional apaixonante e sem concessões ao chato carioquismo muitas vezes reinante: “Menina, que coisa é essa / Venha cá e me responda / Por que você botou meu nome / Na areia, pertinho das ondas”. Há um quê aqui de Jorge Benjor. A segunda é a experimental Passará.

Há a bossa nova O Homem Com Cheiro de Mar, parceria de Eleonora Falcone com Val Velloso. Em seguida, é impossível ficar incólume à introdução com os violoncelos de Francieudo Torres no pop rock Nunca É Pra Sempre, de Adelino Vieira e que é uma das melhores faixas do álbum: “Nunca é tempo demais / O nunca é um pra sempre nau errante / que encalhou no cais”. Igualmente linda é a doce Sol de Só, outra parceria de Eleonora, agora com Walter Galvão, com uma sonoridade bastante especial, com a moringa, o triângulo, o caxixi e o pau de chuva de Chiquinho Minu e a ótima letra: “Semi-pop, mezzo triste / Planto velas por aí / Flor de leve medo em riste / Espero quase a chuva cair”.

O álbum termina com as regionais Carro de Boi, de Erivan Araújo e Aderson Graciano, marcado pela interpretação delicada de Eleonora, pelo violoncelo de Francieudo Torres e pelo contrabaixo acústico de Adriano Torres; a dançante Ó Serena Serená, de Odete de Pilar, a compositora paraibana de ciranda, com uma sonoridade bem roqueira; e com a doce Pedaço de Sol, de Eleonora e Lúcio Lins, que transporta o ouvinte para tempos para lá de especiais: “Eu pulava muros / E sonhava nuvens / Eu saltava mundos / E contava estrelas / Eu dizia tê-las / Na palma da minha mão / Eu tenho um pedaço de sol / De um dia tão lindo / Que guardo comigo / Desde menina”.

Serviço

Show Eleonora Falcone – sexta-feira (8), às 21hs
Ingressos – R$10
Usina Cultural Energisa – Avenida Juarez Távora, 243. Torre. João Pessoa/PB
T: (82) 3221-4985

[email protected]