Mão aberta

Quebraram o sigilo do meu cartão corporativo e descobriram um monte de coisa

Olha, Diário, vou responder tudo do mesmo jeito: “Exagerei nas gorjetas, pô! Tenho culpa de ser generoso?”

Isabela Lyrio / UNB Agência
Isabela Lyrio / UNB Agência

Diário, me pegaram! Quebraram o sigilo do meu cartão corporativo e descobriram um monte de coisa.

Que eu gastei R$ 109 mil num restaurante em Roraima, pra comprar 659 marmitas e 2.964 lanches num só dia.

Que teve um dia em que eu gastei R$ 44 mil reais num posto de gasolina, o que dava pra encher o tanque de uns 150 carros. Ou oitocentas motos.

Que eu gastei R$ 626,3 mil numa lanchonete, sendo que num só dia teve seis pagamentos de R$ 9.500.

Que eu gastei R$ 678 mil no mercado La Palma, em Brasília, que é de um apoiador meu.

Que eu gastei mais de R$ 8 mil em sorvete.

Que eu comprei umas panelas de luxo Le Creuset.

Que só num hotel do Guarujá eu deixei quase um milhão e meio, o que dava pra pagar umas duas mil hospedagens.

Que eu paguei R$ 55 mil pruma padaria no dia seguinte ao casamento do Dudu.

E que eu gastei R$ 4,7 milhões em férias.

Leia também: Era eu que era pra estar lá no carro conversível, era eu que era para estar lá na rampa…

Olha, Diário, vou responder tudo do mesmo jeito: “Exagerei nas gorjetas, pô! Tenho culpa de ser generoso?”

Mas a pior descoberta foi quando a polícia invadiu a casa do Anderson Torres e pegou a minuta do nosso golpe.

A gente ia decretar “Estado de Defesa” no Tribunal Superior Eleitoral e me declarar vencedor das eleições.

Mas o Biden é comunista e o Putin tava ocupado com a guerra. Então não ia dar pé e a gente desistiu porque não ia ter apoio externo.

O Anderson já inventou uma desculpa aí, dizendo que o texto foi presente de um fã e ele guardou por motivos sentimentais. Mas quem vai acreditar nisso? É pior que a minha desculpa da gorjeta.

#diariodobolso