Diário, tive um pesadelociata! Foi uma versão maluca da motociata
O Milton Ribeiro estava numa moto que tinha um sidecar de cada lado, com os pastores do MEC. E era tudo de ouro! O Valdemar Costa Neto estava na minha garupa e me apertava um bocado. Ainda bem que ele não é militar, senão a prótese peniana ia me cutucar
Publicado 16/04/2022 - 12h58
Diário, ontem, continuando minha campanha eleitoral antecipada, fiz uma motociata. Ela deve ter custado mais de R$ 1 milhão pro governo de São Paulo. Ah, como é bom fazer campanha com dinheiro público.
Os esquerdopatas chamaram a coisa de “vagabundociata”. Ela teve 3.703 motos. No ano passado foram bem mais: 6.661. Parece que deu uma brochadinha. Acontece…
Bom, eu fiz o de sempre: discurso contra o STF, tirei umas selfies, etc…
O problema foi de noite.
Tive um pesadelociata!
Foi uma versão maluca da motociata.
Por exemplo, o Aras estava logo atrás de mim e dirigia uma moto engraçada: ela tinha uma vassoura amarrada na traseira e ia apagando todos os meus rastros.
O Milton Ribeiro estava numa moto que tinha um sidecar de cada lado, com os pastores do MEC. E era tudo de ouro!
O Queiroz vinha numa moto rachada ao meio, do começo até o fim. Na garupa dele estava a Wal do Açaí. E na outra metade da moto vinha o Flavinho trazendo o Wassef.
Meus outros filhos também estavam lá. O Jair Renan foi com uma moto elétrica que ele ganhou de presente; o Dudu Embaixador, com uma moto pintada com as cores da bandeira dos EUA; e o Carluxo com uma moto linda, que tinha uma cauda de pavão.
O Ricardo Barros dirigia uma moto com patrocínio da Covaxin e o Arthur Lira, uma outra com patrocínio de uma empresa de kit de robótica. No capacete dele estava escrito: “Aproveite! Só 420% de ágio!”
O Paulo Guedes, infelizmente, estava consertando sua moto no acostamento. Quando passei por ali, ele apontou pra moto e gritou: – No ano que vem ela vai decolar!
A Michelle teve que parar uma hora pra botar gasolina. Custou R$ 89 mil pra encher o tanque. Ela pagou com um cheque, é claro.
Quem estava na minha garupa era o Valdemar Costa Neto, presidente do PL, meu partido. A roupa dele era de presidiário, com listras pretas e brancas. O cara me apertava um bocado. Ainda bem que ele não é militar, senão a prótese peniana ia me cutucar.
O Ricardo Salles ia bem pela beirada da pista e levava um machado na mão. Quando uma árvore passava perto, ele, tchum!, cortava num golpe só.
O Chico Rodrigues, aquele que foi pego com dinheiro no cofrinho, também estava lá. Mas a moto dele parou porque o escapamento estava entupido (com de notas de R$ 200).
Até aí, tudo bem. A coisa começou a ficar chata quando uns 60 generais, que estavam me acompanhado numas motos azuizinhas, passaram em cima de uma poça de lubrificante íntimo e caíram uns em cima dos outros.
Mas o pior veio depois: o asfalto começou a ficar todo esburacado. É que ele tinha sido feito pela Engefort, aquela empreiteira do Maranhão que ganhou um monte de licitação no meu governo e recebeu R$ 270 milhões via orçamento secreto.
Eu ia desviando dos buracos, mas eles foram ficando cada vez maiores, cada vez maiores, até que se transformaram num abismo e eu caí nele.
Eu caía, caía, caía e não parava de cair. Era um buraco sem fundo. Olhei para cima e todo mundo que vinha atrás de mim também estava despencando.
Foi nessa hora que eu acordei. Estava todo molhado. Digamos, que de suor.
PS: Faltam só dois dias para o fim da campanha “Amorplebeu”, no Catarse.