Paulo Leminski é tema de mega exposição em Curitiba

Paulo Leminski, poeta curitibano, é lembrado em exposição multimídia na capital paranaense (CC/Jonas Banhos) Uma das mais deslumbrantes e completas exposições atualmente em cartaz no Brasil é, sem dúvida, “Múltiplo […]

Paulo Leminski, poeta curitibano, é lembrado em exposição multimídia na capital paranaense (CC/Jonas Banhos)

Uma das mais deslumbrantes e completas exposições atualmente em cartaz no Brasil é, sem dúvida, “Múltiplo Leminski”, que pode ser visitada desde o último sábado (27), no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba (PR). Com curadoria da viúva e poetisa Alice Ruiz, que foi auxiliada pelas filhas Áurea e Estrela Leminski, a mostra é extremamente multimídia, ao misturar fotos, músicas, trechos de livros, vídeos, filmes, debates e oficinas.

O design e a ambientação são de Miguel Paladino, que encanta o visitante assim que ele penetra no espaço e sente como se estivesse num ambiente colorido e encantador, que leva para uma viagem profunda na obra e na vida do poeta, escritor, crítico literário, tradutor, professor e compositor curitibano (que era também faixa-preta em judô).

Poemas espalhados por todos os lugares – pregados nas paredes, escritos em panos suspensos do teto, em manuscritos protegidos em mesas com vidros – e a voz gutural da narrativa de Arnaldo Antunes. Essa é a primeira impressão que se tem da exposição a respeito de Paulo Leminski. Também é possível ver fotografias da época em que ele se tornou campeão de faixa-preta, com direito até a um espaço especial para essa prática. Pelas paredes, é possível ver fotografias e acompanhar a cronologia.

E há outro espaço, bastante aconchegante, para as pessoas acompanharem vídeos ou escutarem algumas das músicas compostas por ele e gravadas por nomes como Caetano Veloso (“Verdura”), A Cor do Som (“Mudança de estação” e “Razão”), Blindagem (“Se houver céu”), Edvaldo Santana (“Mãos ao alto”) e Suzana Sales (“Luzes”).

Nascido em Curitiba em 24 de agosto de 1944 e morto na mesma cidade, em 7 de junho de 1989, em função do agravamento de uma cirrose hepática, Paulo Leminski sempre foi um amante dos livros e uma parte de seus livros preferidos estão ali, assim como as dezenas de traduções que realizou de obras tão capitais de autores como Alfred Jarry, James Joyce, John Fante, John Lennon, Samuel Beckett e Yukio Mishima.

Também levou a imensa criatividade dele, desenvolvida com os famosos haicais, para a publicidade, a qual encanta a maioria dos visitantes com sua leveza, esperteza e anarquia; e para a literatura infanto-juvenil, cujos livros “Guerra dentro da gente” e “A lua foi ao cinema” ocupam posição de destaque na exposição.

“Múltiplo Leminski” é, portanto, uma excelente oportunidade para se estabelecer um novo tipo de contato com o maravilhoso autor do clássico “Catatau” – há até a máquina de escrever que ele utilizava. Mas também uma maneira de se saber como é possível criar uma exposição extremamente rica e completa, mas que em instante algum parece cansativa ou enfadonha.

Serviço
Exposição Múltiplo Leminski. Até 31/03/2013. De terça a domingo, das 10h às 18h
Entrada franca no primeiro domingo de cada mês. Nos outros dias, R$4
Museu Oscar Niemeyer – Salão Principal (Olho) – Centro Cívico. Curitiba
T: (41) 33504400

[email protected]