Alcateia política

Pré-campanha: para brilhar nas redes, faz um ‘diamante’ aí

Toda pré-campanha precisa de uma arrancada. Já falamos sobre diagnóstico de presença virtual e sobre planejamento estratégico. Agora, para fechar a trilogia de artigos sobre a pré-campanha ideal, vamos entender como funciona o “diamante”

fszalai / Pixabay
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Entrevista: na perspectiva da sensibilização, as perguntas giram em torno das questões mais básicas e cotidianas

Por João Henrique Faria – Existe, de forma geral, na cabeça dos(as) pré-candidatos(as), uma grande ansiedade em ver seus produtos de comunicação nas ruas, ou seja, nas redes. Isso muitas vezes também é alimentado por profissionais que vivem de produção de conteúdo. No caso de nós, estrategistas eleitorais, em especial do coletivo Alcateia Política, a pré-campanha deve ter ações anteriores à comunicação. Já falamos de duas delas: o diagnóstico e o planejamento. Agora chegou a vez do “diamante”.

Claro que não esquecemos da pesquisa, tanto a quantitativa, quanto a qualitativa. Essenciais para entendermos os cenários. E isso certamente merecerá, mais à frente, um novo artigo. Mas estes quatro produtos essenciais de uma pré-campanha – pesquisa, diagnóstico, planejamento e “diamante” – são os condutores para uma comunicação de pré-campanha eficiente, que conquiste espaços e comece a desempenhar o papel importante da conquista de mentes e corações dos(as) eleitores(as) que, neste momento, ainda não estão tão preocupados com o tema.

‘Diamante’ nada mais é que uma entrevista em profundidade, só que em vídeo

Partimos da informação com que terminamos o parágrafo anterior. O(a) eleitor(a) ainda não está totalmente interessado nas eleições. Isso só vai ocorrer lá em julho, quando começam, a partir do dia 20, as convenções partidárias, que vão até o dia 5 de agosto. Ali serão indicados(as) os(as) candidatos(as) a prefeito(a), vice e vereadores(as) e oficializadas as coligações partidárias para o Executivo – lembre-se que não há mais coligação para o Legislativo e apenas aqueles partidos que formaram federações têm que, obrigatoriamente, juntar-se, mas com a limitação normal de candidatos(as), que é o total do número de cadeiras na Câmara Municipal daquela cidade mais um.

Precisamos, então, puxar a atenção deste(a) eleitor(a). Como? Por meio de um produto que possa ser utilizado nas redes sociais e em outras plataformas online, de forma leve, humanizada, que traga identificação. Afinal, o que buscamos nas ações online é justamente criar uma conexão entre pré-candidato(a) e eleitor(a).

No “diamante” – que é uma gravação em vídeo longa, pode chegar a até 4 horas –,  do ponto de vista técnico, utilizamos duas ou três câmeras, uma em um big close lateral, uma de frente mais aberta, num plano mais geral, e uma no plano médio, pouco abaixo do peito do(a) candidato(a). Com isso, temos a possibilidade de mostrar momentos diferentes. Nas imagens abertas, as falas mais gerais, nas imagens fechadas (big close), explorar aquilo que traz emoção. Para isso, claro, as três câmeras devem estar filmando tudo e fica para a edição esta visão sobre a captura do sentimento, do emocional.

A fase do ‘diamante’ é a sensibilização, momento em que a emoção fala mais alto

Uma pré-campanha – e também a campanha – pode ser dividida em três fases: a sensibilização, a motivação e a mobilização. E as três fases podem estar dentro do “diamante”. Daí dever-se pensar em uma entrevista longa, que abrace não somente as questões mais pessoais (sensibilização), mas também as temáticas que envolvem a cidade, seus problemas e soluções (motivação) e o chamamento para ações mais concretas em defesa do município, baseado em propostas concretas, que poderão ser exploradas nas conversas com amigos e parentes (mobilização).

Na perspectiva da sensibilização, as perguntas giram em torno das questões mais básicas e cotidianas, que envolvem nossas vivências, ou seja, nosso dia a dia. Temas como religião, família, gostos pessoais, a cidade, comida, amigos, a conversa, o passado, o presente e os momentos de felicidade, enfim, tudo aquilo que também pode ser encontrado no outro, no(a) eleitor(a), vistos em uma perspectiva humana, individual, porém, relacional.

Isso vai encontrar ressonância nas redes sociais, onde o que se procura é entretenimento.

Na fase da motivação, entra em cena aquilo que mostra a experiência, o que pode ser contado

Nas perguntas e repostas da segunda fase do “diamante”, fase que leva em conta a motivação, é preciso explorar as experiências. Lembre-se sempre: o convencimento vem pelo exemplo, por aquelas histórias que podem ser contadas, que fogem do cotidiano ou, mesmo vindas dele, tornam-se especiais. São aquelas situações pelas quais já passamos e que motivam, por parte de quem as ouve, o famoso “eu já vivi isso”. Daí a necessidade de serem contadas.

Aqui é fundamental que o(a) candidato(a) consiga demonstrar essa experiência. A técnica ficou conhecida como storytelling. Contar histórias para captar a atenção, bem como criar conexão com as pessoas. Isso ocorre quando as mensagens/ histórias transmitidas são impactantes.

Na política, a experiência deve envolver, de preferência, algo que foi realizado e que trouxe benefícios para o(a) eleitor(a). Certamente levam vantagem aqui aqueles que já exerceram funções públicas, pela real possibilidade de estar diante de situações difíceis e problemas a serem resolvidos. Se sou novo na política, busco nas minhas ações em sociedade – independentemente de ter ocupado algum cargo público –, aquelas que têm a dimensão da solidariedade, da ajuda concreta, da motivação cidadã.

Sensibilização e motivação feitas, chegou a hora da mobilização

Conquistei novas conexões pelas minhas redes, ampliei meu acesso a eleitores(as), criei uma aproximação ao mostrar o meu dia a dia, as mais simples convicções de vida. Em seguida, fortaleci estas ações por meio de histórias que contei da forma mais legítima, que demonstram que as minhas atitudes sempre foram em favor das pessoas, com o desejo de resolver os problemas e de criar soluções que afetassem positivamente as suas vidas. Assim, cumpri as duas primeiras etapas do “diamante”, a sensibilização e a motivação.

Agora, mais próximo das eleições, é hora de agir com foco total na política. É hora de colocar o dedo na ferida, de apontar aquilo que está errado ou aquilo que está certo. Claro, isso depende do lado em que estou: se sou situação ou oposição. De toda forma, é hora da mobilização. Preciso atingir o maior número de pessoas e, mais que isso, preciso que elas se sintam tão engajadas, tão próximas, que elas sejam o fio condutor, elas sejam as disseminadoras dos materiais que vou publicar. Multiplicadores(as).

As propostas estão aqui. A visão da administração pública, no sentido de criar as condições para aquilo que foi essencial na fase dois, a fase da motivação: mostrar às pessoas que conheço o caminho das pedras e sei como fazer de uma proposta uma ação em benefício de todos. Mas, ainda aqui, a comunicação é um a um. Nunca devemos esquecer que nossas ações de mídia devem ser segmentadas. Nossas mensagens devem ser dirigidas aos públicos certos, nos momentos certos, com as palavras certas. Assim, consigo, de fato, mobilizar os(as) eleitores(as). Consigo transformá-los(as) em multiplicadores(as). Em mobilizadores(as).

O ‘diamante’ é um caminho forte para construir uma boa reputação

Elaborar uma boa entrevista em profundidade, por meio de uma produção de vídeo longa – “diamante” – e que resultará em inúmeros subprodutos – recortes – a serem utilizados no YouTube, Instagram, Facebook, Linkedin, enfim, em uma série de plataformas, exige conhecimento. Exige profissionais que entendam a maneira mais sólida de criar reputação, de mostrar o quanto o(a) candidato(a) é conhecedor(a) de um determinado assunto e merece o voto.

Quer fazer um bom diagnóstico, um planejamento sólido e um “diamante” que gere conexões com o(a) eleitor(a), com chances reais de vitória nas Eleições 2024? Entre em contato com a Alcateia Política.

Alcateia Política é um coletivo de estrategistas em Comunicação e Marketing Político, com o propósito de defender e manter a democracia e preservar a liberdade de pensamento como forma de construção da cidadania. Desenvolvemos soluções estratégicas em projetos políticos, compreendendo as necessidades e particularidades de cada cliente, o cenário político no qual está inserido, elaborando as melhores soluções em Marketing e Comunicação, com honestidade intelectual, utilizando tecnologia e métodos científicos e valorizando vivências e experiências. Assumimos como missão: “Contribuir para a melhoria da sociedade brasileira, por meio de ações políticas éticas e inovadoras”.

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João Henrique Faria é jornalista, estrategista político com experiência em mais de 100 campanhas para o Executivo e o Legislativo. Foi assessor parlamentar na ALMG por 11 anos. Professor universitário desde 1991, atualmente é professor da pós-graduação em Comunicação Pública e Governamental na PUC Minas, já na quarta turma, na disciplina Comunicação e Marketing – Eleitoral e Governamental. Proprietário, desde 2003, da Fator Inteligência e Marketing e presidente do Conselho de Fundadores da Associação Alcateia Política, Gestão 2023/2024.

Contato: joaohenrique.fator@gmail.com