O povo quer saber

Além de não declarar R$ 6 milhões em aplicações financeiras admitidas à imprensa, há ainda cinco casas em Brasília que valiam, em 2007, R$ 15 milhões, igualmente não mencionados à […]

Além de não declarar R$ 6 milhões em aplicações financeiras admitidas à imprensa, há ainda cinco casas em Brasília que valiam, em 2007, R$ 15 milhões, igualmente não mencionados à Justiça Eleitoral (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado – arquivo)

A revista Época (aqui) mostrou que o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) omitiu de sua declaração de bens à Justiça Eleitoral R$ 6 milhões em aplicações financeiras.

De acordo com  a publicação, em 2006, o tucano informou possuir em 15 imóveis, que totalizavam patrimônio de R$ 1,9 milhão. São apartamentos, fazendas e lotes em Brasília e no Paraná. Porém, os valores seriam pelo menos quatro vezes maior, incluindo R$ 6 milhões em aplicações financeiras.

O Paraná quer saber: como o patrimônio de Álvaro Dias saltou de 1,9 milhões para 16,9 milhões em 2007

O senador Álvaro Dias (PSDB/SP) deve explicações com transparência ao eleitor paranaense sobre suas atividades empresariais imobiliárias, que ele sempre sonegou informações na declaração de bens entregue à justiça eleitoral, segundo reportagem de agosto de 2009, na revista Época.

A reportagem (cujas informações foram confirmadas pelo tucano), mostrou que:

  • Em 2006, Dias informou à Justiça Eleitoral que tinha 15 imóveis, entre apartamentos, fazendas e lotes, totalizando R$ 1,9 milhões.
  • Oficialmente era este o seu patrimônio: R$ 1,9 milhões.
  • Durante a reportagem descobriu-se que nesta declaração ele sonegou a informação de que tinha mais R$ 6 milhões em aplicações financeiras.
  • Ele era proprietário da empresa ADTrade, e também sonegou do eleitor, via Justiça Eleitoral, essa informação sobre seus talentos empresariais.
  • Em 2007, durante o governo de José Roberto Arruda (ex-DEMos), Álvaro Dias comprou um terreno no Setor de Mansões Dom Bosco, em Brasília, uma das áreas mais valorizadas da capital. Lá ele estava construindo cinco mansões, cada uma avaliada em cerca de R$ 3 milhões.

De acordo com a reportagem, o valor das cinco mansões totalizava R$ 15 milhões em 2007, e Alvaro Dias só tinha R$ 6 milhões em aplicações financeiras.

A conta não fecha. A princípio, há um enriquecimento de R$ 9 milhões, sem fonte de renda que justifique.

Se Dias tivesse o sobrenome Palocci, ele próprio já teria pedido uma CPI sobre si mesmo.

O mínimo que se espera é que ele venha a público responder as seguintes perguntas:

  1. Qual o faturamento anual da empresa ADtrade?
  2. Qual o patrimônio agasalhado sob o manto da empresa ADtrade, e quem são os sócios?
  3. Quem são os clientes da empresa ADtrade?
  4. Quais foram os contratos e empreendimentos desta empresa ADtrade?
  5. Como o senador tucano explica seu patrimônio aumentar em R$ 9 milhões durante o ano de 2007, sem lastro de rendimentos?
  6. Qual o valor do terreno comprado do setor de mansões?
  7. De quem comprou o terreno? Foi da estatal TERRACAP, do governo do Distrito Federal, durante a gestão de seu companheiro de oposição José Roberto Arruda (ex-DEMos)?

Com a palavra, Álvaro Dias…

* Helena Sthephanowitz™ é jornalista e autora do blog Os Amigos do Presidente Lula e do Os Amigos do Brasil. Ela escreve no Na Rede, da Rede Brasil Atual.