No olho de um furacão

Ana de Hollanda garante que não cometeu irregularidades ao receber diárias durante viagens e negou que deixará o Ministério da Cultura. Em encontro com representantes da classe artística em busca […]

Ana de Hollanda garante que não cometeu irregularidades ao receber diárias durante viagens e negou que deixará o Ministério da Cultura. Em encontro com representantes da classe artística em busca de apoio, na Assembleia Legislativa de São Paulo, na terça-feira (10), o assunto do dia foi a autorização de captação de R$ 1,9 milhão para a primeira turnê no Brasil da cantora Bebel Gilberto, sobrinha da Ana. Mas ela não deu bola para isso.

Ela diz não ter influenciado a decisão do ministério de autorizar a captação para Bebel Gilberto.

E voltou a dizer que não houve qualquer irregularidade no pagamento das diárias – pelo ministério – durante as viagens que fez ao Rio de Janeiro, cidade onde possui residência própria. Assim como não deu a bola a críticas à autorização de captação de R$ 1,3 milhão para a amiga Maria Bethânia produzir um site – ou um blog – de poesias

Na última semana, denúncias revelaram que Ana de Hollanda tem o hábito de marcar compromissos oficiais fora de Brasília, principalmente no Rio de Janeiro, às sextas e segundas-feiras, e receber a ajuda financeira – diárias – também pelos dias em que não há agenda de governo fora da capital federal. Isso ocorreu em alguns sábados e domingos do ano.

“Quero deixar claro que grande parte desses dias eu estava em compromissos informais com gente da cultura”, afirmou a ministra, na terça-feira (10)

A Controladoria-Geral da União (CGU), órgão de controle do governo federal, pediu para que a ministra da Cultura devolva o valor das diárias. A recomendação foi feita após conversa entre a própria ministra e o ministro da CGU, Jorge Hage. Segundo o órgão, cinco diárias serão devolvidas.

Nos últimos dias, o governo nomeou para a pasta a secretária de Cultura do PT, Morgana Eneile, numa espécie de intervenção na gestão de Ana de Hollanda. Há rumores de que o governo Dilma vê dois problemas para a ministra. De um lado, ela não conquistou apoio de sua equipe e, passados mais de quatro meses de gestão, não disse a que veio.

O contexto coloca Ana em uma posiçaõ de fragilidade no governo, já que demandou ação de figuras próximas à presidenta, mas não há tanta pressão sobre Dilma Rousseff.

* Helena Sthephanowitz™ é jornalista e autora do blog Os Amigos do Presidente Lula. Ela escreve no Na Rede, da Rede Brasil Atual.