Governo e Congresso parados, povo impassível. Ou acordamos, ou muitos mais dormirão para sempre
Não haverá vacina o suficiente para nos atender, mas há gente a furar a fila, e há sumiço. Tudo isso fala da gente mais do que a gente gostaria de saber
Publicado 23/01/2021 - 11h01
Vacina ou vaticina? Temos poucas vacinas, ainda não sabemos se teremos vacinas suficientes para atender a demanda… Talvez, só em seis meses. A novidade? É gente a furar a fila da vacina. Servidores públicos, privilegiados… E sumiço de vacinas. Tudo isso fala da gente mais do que a gente gostaria de saber.
Ainda bem que temos gente como a ex-presidenta Dilma Roussef, que se recusa a furar a fila da vacina. Mesmo sendo o governador do estado de São Paulo a dizer-lhe que não faz mal. Além do mais, uma propagandinha eleitoreira também não faria mal a ninguém.
O ministro da saúde foi pego mentindo, novamente.
Há acusações para todos os lados: Hospital das Clínicas, por exemplo.
O Ministério Público apura denúncias de possível irregularidade na vacinação de políticos e empresários em 11 estados e no Distrito Federal. Parece que estamos na “ética do salve-se quem puder”, ou na “ética do quem pode mais chora menos”, ou na “ética do quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é bobo ou não entende da arte”. Em nenhuma destas “éticas” cabe a palavra honesto!
Estratégia de propagação
E aí pesquisa da USP e da Conectas revela que Bolsonaro executou, deliberadamente, uma “estratégia institucional de propagação do coronavirus”. Em sendo assim, no que teria pensado o autor da estratégia institucional: Vamos acabar logo com isso ou vamos acabar logo com eles?
Enquanto isso, já passamos de 215 mil mortos por coronavirus. Parece que alguma estratégia do governo federal funcionou!
Fora o fato de que gente continua a morrer por asfixia, isto é, por falta de oxigênio em hospitais.
E o Congresso continua em recesso. E a gente continua impassível.
A India e a Sinovac afirmaram que manterão seus compromissos com o Brasil. Mas resta saber quando disso tudo chegará à população, quanto poderá ser desviado ou sumido, quanto será usado para politicagem… Pena que não há tantos como Dilma Rousseff, que denunciam a “ética” rarefeita de politiqueiros.
Ou acordamos todos ou muitos mais dormirão para sempre.